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Câmara dos EUA convoca Mark Zuckerberg para audiência

Executivo terá de explicar aos deputados como os dados pessoais de 50 milhões de usuários pararam nas mãos da Cambridge Analytica

Por Agências
Atualização:
Mark Zuckerberg é presidente do Facebook Foto: Jose Miguel Gomez/Reuters

Os líderes do comitê de Energia e Comércio da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos convocaram, nesta sexta-feira, 23, o presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, para prestar depoimento sobre o escândalo envolvendo o uso ilícito de dados pessoais de 50 milhões de usuários da rede social. A carta enviada à empresa também detalha as preocupações dos deputados em relação ao caso revelado no último sábado, por meio de reportagens dos jornais The Observer e The New York Times.

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"A audiência vai examinar a coleta e venda de informações pessoais de mais de 50 milhões de usuários do Facebook, potencialmente sem que eles soubessem ou consentissem e em violação à política do Facebook", escreveu o deputado republicado Greg Walden, que é presidente do comitê, e o democrata Frank Pallone, líder de outro comitê.

Pressão. Não é só nos EUA que a pressão tem aumentado sobre Zuckerberg, que se pronunciou pela primeira vez sobre o caso na última quarta-feira, 21. Ontem, a ministra da Justiça da Alemanha pediu uma reunião com Zuckerberg para esclarecer os fatos e identificar se há cidadãos alemães entre os 50 milhões de usuários afetados pelo esquema da Cambridge Analytica.

No início da semana, quando a polêmica ganhou força, o executivo também foi convocado pelo Parlamento britânico a dar explicações sobre como os dados pessoais de usuários da rede social foram usados pela empresa de inteligência.

Entenda o caso. A empresa de análise de dados Cambridge Analytica colheu informações privadas de mais de 50 milhões de usuários do Facebook, em um esforço para beneficiar a campanha eleitoral do presidente americano, Donald Trump, em 2016, de acordo com reportagens publicadas pelos jornais The New York Times e The Observer, de Londres, no último sábado.

A empresa britânica de inteligência digital coleta e relaciona dados para ações de marketing digital feitas por companhias e políticos. No caso em questão, ela usou o método para desenvolver ações para influenciar o cenário político americano e favorecer Trump.

Atingir o objetivo só foi possível graças a uma parceria com outra empresa, a também britânica Global Science Research, liderada por Aleksandr Kogan, pesquisador da Universidade de Cambridge. Ele criou um quiz online, chamado This is your digital life (Esta é sua vida digital), que exigia que as pessoas conectassem sua conta do Facebook para ser acessado. Isso permitiu que o quiz de Kogan obtivesse informações pessoais dos usuários da rede social e de seus amigos.

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Os dados obtidos por meio do teste foram vendidos pela Global Science à Cambridge Analytica, numa clara violação aos termos de uso do Facebook. Isso permitiu que a empresa de inteligência cruzasse dados com outras fontes e chegasse a um perfil preciso das pessoas, usado para enviar mensagens direcionadas – incluindo notícias falsas – para influenciar votos.

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