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‘Cambridge Analytica foi injustamente destruída por falsas acusações’, diz ex-presidente

Alexander Nix prestou depoimento nesta quarta-feira no parlamento europeu e disse que Christopher Wylie mentiu sobre vários assuntos

Por Agências
Atualização:
Alexander Nix é ex-presidenteda Cambrigde Analytica Foto: Tolga Akmen/AFP

O ex-presidente executivo da Cambridge Analytica Alexander Nix disse que a sua empresa foi “injustamente destruída por falsas acusações” e que o ex-funcionário da empresa Christopher Wylie mentiu. As acusações foram feitas por Nix nessa quarta-feira, 6, durante depoimento aos parlamentares da Câmara dos Comuns, na Inglaterra. Este foi o primeiro depoimento do executivo depois que a empresa fechou às portas, em maio deste ano.

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Nix argumentou que Wylie era um ex-funcionário “amargo e ciumento” e que fez falsas acusações sobre a Cambridge Analytica. Segundo ele, Wylie “mentiu sobre muitas questões” e disse que a empresa havia sido vítima de um “ataque coordenado e eficaz da mídia liberal global”.

O executivo acusou ainda a imprensa de publicar falsas reportagens que prejudicaram a companhia. Segundo Nix, a cobertura contrária a ele foi impulsionada por jornalistas que queriam desacreditar o Bexit e que queriam pressionar o governo para realizar um segundo referendo.

Nix disse que Wylie mentiu ao dizer que Cambridge Analytica desempenhou um papel fundamental no Brexit. Segundo o executivo, as acusações são infundadas e as investigações futuras vão concluir que sua empresa não tinha envolvimento na campanha do referendo.

Repetente. Essa é a segunda vez que o executivo é convocado a prestar esclarecimentos ao comitê que investiga o impacto das notícias falsas da Câmara dos Comuns. Ele já tinha deposto no começo do ano, mas foi chamado de volta depois de membros do parlamento terem duvidado de algumas de suas evidências.

Nix pediu desculpas aos parlamentares por ter dito, na primeira audiência, que a Cambridge Analytica nunca armazenou dados do Facebook coletados por meio de um aplicativo de testes de personalizados conduzido pelo pesquisador Aleksandr Kogan, da Universidade de Cambridge. Hoje, o executivo disse que a empresa mantinha os dados, mas que deletou as informações.

"Algumas de minhas respostas poderiam ter sido mais claras, mas garanto que não pretendia enganá-lo", disse ele. "Na época, não tínhamos motivo para acreditar que ele tivesse sido coletado de maneira inadequada."

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O executivo também negou que teria retirado US$ 8 milhões da Cambridge Analytica pouco antes do colapso, informação anteriormente publicada pelo Financial Times.

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