O executivo-chefe da fabricante sul-coreana Samsung, Jay Y. Lee, de 48 anos, ficou em silêncio em sua primeira aparição no tribunal, no que foi chamado de “julgamento do século”. Durante a audiência, seus advogados trabalharam para retratá-lo como um inocente espectador em um escândalo de corrupção que levou à saída da presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye.
Lee, o principal executivo do grupo Samsung, enfrenta julgamento por acusações de suborno. Ele pode ficar mais de 20 anos na prisão se for condenado em todas as acusações, incluindo a de que ele prometeu 43 bilhões de wons para fundações apoiadas por Park.
“O réu, Jay Y. Lee, nem sabia que a contribuição foi feita, porque isso não faz parte de seu trabalho”, disse o advogado, Song Wu-cheol, ao tribunal. Lee simplesmente transmitiu os comentários de reuniões individuais com Park para um de seus principais assistentes, Choi Gee-sung, disse o advogado.
O executivo apareceu mais magro em uma camisa branca e terno cinza. Ele permaneceu quase inexpressivo no julgamento, assentindo ocasionalmente quando um de seus advogados reiterou que ele não subornou autoridades.
Além de confirmar detalhes pessoais como seu nome e ocupação, Lee permaneceu em silêncio quando o juiz perguntou se ele tinha alguma coisa a dizer em resposta às acusações.
Família. Os advogados de Lee disseram que o chefe da Samsung fez pagamentos financeiros em resposta a pedidos da então presidente Park e não buscou favores em troca. O líder do império de negócios – que vai de smartphones a biofarmacêuticos – é o único membro da família fundadora entre os conglomerados mais poderosos do país a ser indiciado num escândalo corrupção.
A ex-presidente Park, que se tornou a primeira presidente destituída do cargo na Coreia do Sul, foi presa na semana passada por acusações como conspiração para pressionar empresas, como a Samsung, a contribuir para fundações que apoiaram as iniciativas políticas de sua administração.