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China inseriu chips maliciosos em sistemas americanos, diz agência

Apple e Amazon negaram que o ataque tenha acontecido; acredita-se que a operação tinha como alvo segredos comerciais valiosos e redes governamentais

Por Redação Link
Atualização:
Segundo a agência, foram atacadossistemas de mais de 30 empresas dos Estados Unidos, incluindo Apple e Amazon Foto: REUTERS/Mike Segar

Espiões chineses podem ter inserido microchips em computadores para invadir os sistemas do governo e mais de 30 empresas dos Estados Unidos, incluindo Apple e Amazon, revelou nesta quinta-feira, 4, a agência de notícias Bloomberg. As empresas negaram as informações da reportagem.

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Segundo a Bloomberg, o governo da China, por meio da unidade do Exército de Libertação do Povo Chinês, teria inserido um minúsculo e imperceptível chip nas placas-mãe produzidas pela Supermicro, uma das principais fornecedoras de servidores a empresas dos Estados Unidos. A companhia é americana, mas monta placas-mãe na China.

Até o momento, diz a agência, a hipótese é que a operação tinha a meta de obter segredos comerciais valiosos e de invadir redes governamentais, mas não há evidência de que dados de empresas ou de usuários tenham sido roubados ou adulterados. 

A Bloomberg afirma que a Apple e a Amazon teriam descoberto o ataque por meio de investigações internas e que avisaram as autoridades dos Estados Unidos. As duas empresas negaram que isso tenha ocorrido. 

A Amazon disse, em comunicado, que não encontrou “evidências para amparar queixas sobre chips maliciosos ou modificações de hardware.” Já a Apple disse que “nunca encontrou chips maliciosos, manipulações de hardware ou vulnerabilidades propositalmente plantadas em qualquer servidor”. 

Impacto. De acordo com a reportagem, os chips teriam a capacidade de subverter o hardware em que estavam instalados, retirando dados e inserindo novos códigos. Equipes de inteligência dos Estados Unidos investigariam o caso há três anos. O FBI e o Departamento Nacional de Inteligência não quiseram comentar a reportagem.

O impacto potencial da invasão por meio de placas-mãe de servidores pode ser bastante abrangente, segundo a reportagem. “Pense na Supermicro como a Microsoft do hardware”, disse à Bloomberg, em condição de anonimato, um ex-oficial da inteligência dos Estados Unidos. “Atacar as placas-mãe da Supermicro é como atacar o Windows. É atacar o mundo inteiro.” A Supermicro também não quis comentar.

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Preocupação. Não é de hoje que as autoridades americanas mostram preocupação com o poder de destruição que microchips e outros componentes adulterados podem causar ao país. A invasão por meio de peças de computador é considerada mais complicada e difícil de ser reparada do que ataques mais comuns, feitos via software. Isso porque, para o dano ser resolvido, as peças precisam ser removidas fisicamente das placas.

O governo dos Estados Unidos e da Austrália já proibiram que funcionários de seus altos escalões usem aparelhos fabricados por gigantes de telecomunicações da China, como a ZTE, por medo de espionagem.

A notícia, apesar de ter sido negada, teve efeito negativo para empresas de tecnologia dos EUA. A Apple fechou em queda de 1,76%, enquanto a Amazon recuou 2,22%.

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