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Biz Stone volta ao Twitter após seis anos

Cofundador da rede social de interesses retorna para ajudar a reforçar a cultura da companhia, que vive um início de recuperação do crescimento

Por Claudia Tozzeto
Atualização:
Biz Stone, cofundador do Twitter, voltou para a empresa após seis anos afastado Foto: REUTERS/Scott Audette

Depois de um longo período de dificuldades, parece que o Twitter está entrando em um período mais promissor. Duas semanas após anunciar o primeiro crescimento significativo em usuários em quase dois anos, a empresa anunciou ontem que Biz Stone – cofundador do serviço em 2006, ao lado de Jack Dorsey e Evan Willians – está de volta. Após seis anos fora, ele vai ocupar um cargo em tempo integral na rede social a partir das próximas semanas.

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A notícia da volta de Stone, por si só, foi um impulso para as ações do Twitter. Logo após o anúncio, na tarde de ontem, as ações da empresa chegaram a apresentar alta de 2,5% antes do fechamento do mercado na bolsa de Nova York.

Em um texto publicado na plataforma de blogs Medium – também cofundada por Stone –, ele disse que esteve recentemente na sede do Twitter, em São Francisco, nos Estados Unidos, para falar com os funcionários da rede social, retomando a antiga tradição do chá da tarde. Em público, ele foi convidado por Dorsey a voltar à empresa.

“Eu senti a energia e fui dominado pela emoção”, disse Stone. “Naquele momento, percebi que o Twitter foi o trabalho mais importante de toda a minha vida.”

Stone não substituirá nenhum executivo do Twitter, mas será responsável por tentar melhorar a cultura da empresa. “Eu vou modelar a experiência internamente para que ela também seja percebida do lado de fora”, afirmou. Sem abordar a crise pela qual o Twitter passa, Stone apenas disse que o serviço “está aqui para ficar”. “O Twitter se entrelaçou no tecido de nossa sociedade global”, disse o cofundador do site. “O mundo precisa do Twitter.”

Recuperação. A volta de Stone para a rede social, que ajuda a compor a liderança original do site, deve animar os investidores por ora, já que indica que a companhia está dando passos firmes para recuperar a essência do serviço. Mais do que isso, porém, eles estão mais interessados em ver um crescimento consistente no número de usuários ativos do site.

No fim de abril, o Twitter anunciou um crescimento significativo no número de usuários ativos mensais após um longo período de estagnação. A rede social alcançou 328 milhões de usuários ativos mensais, alta de 6% em relação ao primeiro trimestre de 2016.

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“O número de 328 milhões de usuários representa muito pouco quando comparado com outras redes sociais, como o Facebook”, diz Caio Túlio Costa, jornalista e fundador da empresa de monitoramento em redes sociais Torabit. “O Twitter sempre teve vocação para o tempo real e precisa monetizar isso.”

O número de usuários ativos diários – uma métrica que sinaliza o nível de engajamento dos usuários dentro da plataforma – deu salto de 14% no mesmo período, o que surpreendeu o mercado. Para Fiamma Zarife, diretora geral do Twitter no Brasil, isso é resultado dos investimentos do Twitter para simplificar a plataforma e atrair usuários, além da aposta em parcerias para transmissão de vídeos no site. No início de maio, por exemplo, a empresa anunciou acordos globais com 16 empresas, incluindo o site BuzzFeed e a agência de notícias Bloomberg – o Estado também figura entre os parceiros da empresa.

“Só no último trimestre, transmitimos mais de 800 horas de conteúdo ao vivo e alcançamos uma audiência de 45 milhões de usuários”, disse Fiamma, em entrevista ao Estado. “Não produzimos conteúdo e os veículos de comunicação, como canais de TV, tem sido parceiros importantes.”

Apesar dos avanços, o caminho da rede social não deve ser fácil nos próximos meses. “O Twitter precisa mostrar ao mercado uma evolução consistente na experiência do usuário para que se torne a rede social que as pessoas acessam primeiro”, afirma Erna Alfred Liousas, analista da consultoria norte-americana Forrester.

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