Com fábrica de US$ 200 mi no Brasil, Qualcomm mira ‘internet das coisas’

Empresa vai investir US$ 200 milhões nos próximos quatro anos para produzir processadores para dispositivos conectados no Brasil

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Por Matheus Mans
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Para Amon, Qualcomm se prepara para novo mercado Foto: Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

A fábrica de processadores que a norte-americana Qualcomm vai instalar no Brasil nos próximos quatro anos terá foco na produção de chips para dispositivos da chamada “internet das coisas” – nome dado à revolução que vai conectar todos os objetos à nossa volta. Em entrevista exclusiva ao ‘Estado’, após uma reunião no Palácio dos Bandeirantes, o vice-presidente da Qualcomm para os Estados Unidos, Cristiano Amon, disse que a ideia é atender a demanda de componentes para esses dispositivos, que deve aumentar nos próximos anos no Brasil e no mundo.

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A nova fábrica será fruto de um investimento de US$ 200 milhões da Qualcomm no Brasil – parte do valor será financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A norte-americana vai projetar os chips que serão produzidos na planta, que será operada pela chinesa Advanced Semiconductor Engineering (ASE).

“A tecnologia que teremos na fábrica até permitiria a produção de chips para celulares, mas estamos focados em internet das coisas”, disse Amon, após uma reunião com o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin.

A norte-americana, que hoje é a maior fabricante de chips para smartphones do mundo, tenta se antecipar à demanda que as novas tecnologias vão gerar no País. “O Brasil não tem produção local de chips. Se eu quiser fabricar um celular, por exemplo, preciso importar todas peças”, afirma o presidente da Qualcomm para a América Latina, Rafael Steinhauser. “Todo ano, o Brasil importa 20 bilhões de componentes internos para smartphones. Quando a internet das coisas chegar, esse número vai aumentar.”

A fábrica será construída na região de Campinas, no interior de São Paulo, e deverá empregar até 1,2 mil pessoas.

Antes de tirar o projeto do papel, porém, é preciso vencer a burocracia. Isso porque o governo precisa aprovar a criação de uma joint venture entre a Qualcomm e a chinesa ASE.

“Está tudo certo para a Qualcomm vir ao Brasil e ao Estado de São Paulo”, disse Alckmin, ao Estado. “Agora, empresa precisa ter a joint venture aprovada para depois procurar um lugar adequado.” O processo pode demorar até quatro meses.

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Plano. A chegada da fábrica ao Brasil acontece em meio à discussão do Plano Nacional de internet das coisas. A primeira versão do plano deveria ter sido apresentada em fevereiro pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), mas só deve sair em setembro. O plano deve traçar as diretrizes para o desenvolvimento de tecnologias de internet das coisas no País.

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