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Compra do Twitter: tudo o que Elon Musk quer levar para a rede social

Bilionário quer implementar mudanças que vão de autenticação de perfis a pagar influenciadores para produzir conteúdo

Por Daniel Tozzi
Atualização:
Bilionário Elon Musk planeja implementar novos recursos no Twitter, assim que concluir a compra da rede social Foto: REUTERS/Dado Ruvic

Cobrar de alguns usuários para ter um perfil. Autenticar contas que pertençam a humanos. E monetizar tuítes que viralizam. Essas são algumas ideias de Elon Musk para o Twitter, empresa que o bilionário comprou por US$ 43 bilhões há duas semanas. Desde o fechamento do negócio, não faltam especulações sobre novas ferramentas e sobre como a rede social vai passar a funcionar sob o comando do dono da Tesla e da SpaceX

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Até o momento, contudo, não há nada de concreto. As principais especulações derivam de declarações do próprio Musk (e maioria delas foi revelada na própria conta do bilionário no Twitter) ou de notícias reveladas por jornais americanos envolvidos na cobertura do tema.  

Na última terça-feira, 3, o Twitter anunciou a implementação do recurso Roda, que permite que perfis tuítem para um público escolhido pelo próprio usuário, a exemplo do que já acontece com a opção “Melhores Amigos”, nos Stories, do Instagram. A novidade, contudo, não tem  relação com o novo dono da empresa e já era estudada antes das negociações com Musk. 

Abaixo, leia algumas das inovações e mudanças que podem acontecer com o Twitter nas mãos do homem mais rico do mundo.  

Pagar para influenciadores

Para expandir o alcance da rede e de seu número de usuários, uma estratégia cogitada por Musk seria a de pagar para influenciadores digitais produzirem conteúdos exclusivos na plataforma. O modelo é semelhante ao adotado pelo TikTok, que ajudou a rede chinesa a crescer em todo o mundo.  

De acordo com apuração do jornal The Washington Post, Musk teria mencionado a proposta durante reunião com banqueiros e investidores, que estão ajudando o bilionário a viabilizar o dinheiro necessário para a compra do Twitter. 

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Cobrar dos usuários para ter um perfil 

Por meio de um tweet na última semana, Musk também deu a entender que, para alguns usuários, como órgãos oficiais de governo e grandes empresas, o uso do Twitter pode deixar de ser gratuito. “O Twitter sempre será de graça para usuários casuais, mas talvez com um pequeno custo para usuários comerciais/governamentais. Alguma receita é melhor do que nenhuma”, escreveu Musk. 

Ganhar dinheiro com tweets virais

Outra estratégia citada por Musk, ao menos nos bastidores, é fazer com que o Twitter possa ganhar dinheiro a partir de conteúdos importantes ou que viralizem na rede. Não há mais detalhes sobre a proposta, mas a ideia é cobrar quando algum outro site ou rede social exibir ou incorporar o link de algum tweet que teve relevância em uma outra publicação. 

Fim dos anúncios?

Em outubro de 2019, Elon Musk escreveu em um tweet que “odeia publicidade”, sem necessariamente se referir a anúncios pagos nas redes sociais. 

Em meio às discussões sobre novos jeitos de fazer o Twitter ganhar dinheiro, as especulações sobre o fim (ou ao menos a redução) das propagandas pagas no Twitter também são mencionadas. 

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Em uma série de tuítes postada após a compra da rede social e depois apagada pelo próprio Musk, o bilionário disse que queria fazer do Twitter menos dependente dos recursos gerados com publicidade. Hoje, os anúncios pagos são responsáveis por cerca de 90% de toda a receita do Twitter. 

Do lado das empresas, nas últimas semanas também houve certa apreensão sobre o funcionamento dos anúncios no Twitter durante a “era Musk”. Isso porque algumas marcas se mostraram preocupadas com a possibilidade de terem anúncios exibidos ao lado de tuítes “polêmicos” ou que violem direitos humanos, na esteira da promessa do bilionário de garantir “liberdade total” na rede social. 

Até o momento, porém, não há nenhuma definição sobre alteração no funcionamento de publicidade paga na rede. 

Moderação de conteúdo e algoritmo público 

A ideia de afrouxar o trabalho dos moderadores de conteúdo tem sido o tema mais citado por Musk desde o início das negociações pela compra da empresa – o homem mais rico do mundo reclama que há pouca “liberdade” de expressão na rede. O empresário critica a remoção de determinadas postagens por violarem a política de uso do Twitter. 

Em um dos tweets após a compra da empresa, o bilionário disse, por exemplo, que, para o Twitter ter a confiança do público, a rede social deve ser neutra a ponto de “perturbar igualmente a extrema direita e a extrema esquerda”.

Outra intenção já conhecida de Musk é a divulgação pública do funcionamento dos algoritmos. Musk quer trazer transparência ao Twitter e “demonstrar” aos usuários (a partir do algoritmo com código aberto) o porquê determinadas publicações são mostradas aos perfis. 

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Autenticar humanos e acabar com 'bots'

Outra mudança possível mudança no Twitter sob o comando de Musk é o fim dos chamados “robôs”, perfis automatizados que produzem conteúdos predefinidos. Musk já declarou publicamente que pretende acabar com todos perfis “não reais” da rede. 

Para resolver esse problema, o bilionário sugeriu a criação de alguma forma de autenticação aos perfis de seres humanos reais. Especula-se, por exemplo, algum tipo de autenticação em dois fatores antes de um perfil publicar um conteúdo, para desestimular que uma mesma pessoa tenha mais de uma conta. Outra alternativa seria fornecer o “selo azul”, que hoje verifica contas de grande relevância na rede, para todos que provarem que “são eles mesmos” tuitando. 

Musk, inclusive, cogitou que esse tipo de dispositivo poderia ser vendido aos usuários dispostos a pagar por sua verificação.

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