Link Estadão

 
  •  inovação
  •  cultura digital
  •  gadgets
  •  empresas
  •  games
formulário de busca

Consumidores chineses deixam de comprar novos produtos da Apple

Além da concorrência com fabricantes locais, a Apple enfrenta o desafio do aumento de compras de aparelhos de segunda mão

03/01/2019 | 16h14

  •      

 Por Agências - Reuters

Alguns consumidores chineses estão boicotando a Apple, em apoio à fabricantes locais

EFE/ Wu Hong

Alguns consumidores chineses estão boicotando a Apple, em apoio à fabricantes locais

Leia mais

  • Na China, pioneira de bike compartilhada está em crise
  • EUA pedem que países aliados não comprem produtos da Huawei, diz jornal

Uma estudante de Xangai, na China, chamado Xu Yechuyi, queria comprar um novo iPhone no ano passado. Mas como ela não tinha dinheiro suficiente para comprar um na loja da Apple, optou por um iPhone 6S com três anos de uso, custando menos de um terço do que pagaria por um smartphone novo na loja.  

Xu, de 22 anos, faz parte de um grupo de milhares de consumidores que deixaram de ir às lojas para comprar um celular novo, passando a recorrer ao mercado de celulares de segunda mão na China. Eles continuam gastando dinheiro em produtos da Apple, mas esses recursos nunca chegam a Cupertino, onde a empresa americana tem sua sede. “Acho que há uma demanda real por esse mercado de segunda-mão de consumidores com pouco dinheiro como eu”, disse Xu. 

A tendência de comprar aparelhos de segunda mão é mais um desafio da Apple no maior mercado de smartphones do mundo – embora não seja o único obstáculo da empresa. Há algum tempo, a empresa vem perdendo espaço para fabricantes chinesas de celulares mais acesíveis, como a Huawei, a Oppo e a Vivo. 

Lançados inicialmente na China em 2009, os iPhones vendidos no país asiático ajudaram a Apple a conquistar lucros recordes. Mas, no ano passado, o lançamento do seu aparelho mais caro – comercializado no País pelo equivalente a US$ 1,3 mil – coincidiu com a desaceleração da economia e a desaceleração do mercado de smartphones. 

As vendas ruins da China levaram Tim Cook, presidente executivo da Apple, a enviar, nesta quarta-feira, 2, um comunicado a investidores no qual cortou a previsão trimestral de vendas de iPhone – foi a primeira vez que a Apple emitiu um alerta sobre sua previsão de receita antes de divulgar os resultados trimestrais desde o lançamento do iPhone, realizado em 2007. 

O mercado chinês foi apontado como o principal responsável pela queda. “Embora tenhamos antecipado alguns desafios nos principais mercados emergentes, não previmos a magnitude da desaceleração econômica, particularmente na China”, disse Cook, em mensagem a investidores. 

Várias empresas de tecnologia líderes chinesas também reduziram suas previsões de lucro no ano passado. Entre elas, estão a empresa Alibaba e o buscador Baidu, que mencionaram o impacto da guerra comercial em seus negócios. 

A confiança do consumidor impacta a economia chinesa desde o ano passado, afetando do varejo a vendas de carros. Analistas dizem que, enquanto a economia continuar desacelerando, o mercado de smartphones usados só tende a expandir. O grupo de pesquisa chinesa iiMedia prevê que existirão 144 milhões de usuários de smartphones de segunda-mão no País em 2019, um aumento de um terço em relação ao ano passado. 

“O ambiente macro não está a favor da Apple”, disse Kiranjeet Kaur, gerente de pesquisa sênior da consultoria IDC em Cingapura. "O poder de compra das pessoas está diminuindo."

No oeste de Pequim, uma funcionária de uma empresa de conserto de aparelhos afirmou que percebeu um aumento na quantidade de usuários que procuram consertar iPhones antigos em vez de comprar novos. 

“Muitas pessoas optam por continuam usando seus iPhones antigos, trocando a bateria e atualizando o sistema para o  iOS 12”, disse um usuário no serviços de blogs chinês Weibo, referindo-se ao sistema operacional recém-lançado pela Apple. 

Apoio a marcas chinesas. Nesta quinta feira, 3, páginas populares no Weibo se referiram à queda das vendas da Apple com comentários patrióticos. “Só tolos compram iPhones caros. Pessoas sãs, compram a melhor qualidade, com preço barato, como a Huawei”, escreveu um usuários em um comentário curtido centenas de vezes. “Apoie marcas chinesas!”

O apoio a marcas locais ganhou força no ano passado depois que os Estados Unidos impuseram tarifas de importação em produtos chineses. Usuários de internet responderam pedindo um boicote à Apple – a empresa é encarada como um símbolo norte-americano.

A fabricante chinesa Huawei também ganhou mais apoio após a prisão da vice-presidente financeira da empresa no Canadá, no mês passado. 

Em uma loja da Apple no distrito de compras em Pequim, o estilista Zhang Lijun estava pensando em comprar um iPhone X ou o concorrente Huawei P20, que roda no sistema operacional Android da Alphabet, dona do Google. 

"Eu acho que o preço é muito alto", disse ela, referindo-se ao iPhone. “A Huawei esteve em evidência nos últimos dois anos, talvez porque tenha aumentando a consciência sobre o suporte a marcas locais.” / TRADUÇÃO DE GIOVANNA WOLF

Os 20 fatos mais importantes da história da Apple

  •      
1976

Foto: Wikimedia Commons

A Apple Computer foi fundada pelos amigos Steve Jobs e Steve Wozniak em 1º de abril de 1976, no ‘Dia da Mentira’. O primeiro computador criado por eles, o Apple I, era baseado em uma placa de circuito. Ele foi apresentado em uma reunião de um clube de entusiastas dos computadores.

1977

Foto: Wikimedia Commons

O Apple II, primeiro computador pessoal com interface gráfica e gabinete plástico, é revelado pela fabricante em Palo Alto, na Califórnia.

1983

Foto: Wikimedia Commons

Lançado em janeiro de 1983 por quase US$ 10 mil (o equivalente a US$ 23 mil hoje), o computador Lisa foi o primeiro com uma interface gráfica e um mouse. Ele tinha 1 MB de memória RAM, dois drives de disquete e um disco rígido com capacidade de armazenamento de 5 MB. O nome do computador foi uma homenagem de Jobs a sua filha, Lisa Nicole Brennan.

1984

Foto: Reuters

Projetado por Jef Raskin, o primeiro Macintosh surgiu em janeiro de 1984. O grande destaque da máquina era seu sistema operacional inovador. Diferentemente do MS-DOS, o MacOS 1.0 foi projetado para funcionar com interface gráfica e mouse, o que facilitou a experiência do usuário. 

1985

Foto: Reuters

Em maio de 1985, com o desaquecimento das vendas do Macintosh, o conselho de administração da empresa decidiu demitir Steve Jobs.

1993

Foto: Wikimedia Commons

A Apple lança o Newton Message Pad, seu primeiro dispositivo portátil com tela sensível ao toque. O aparelho já contava com algumas ferramentas disponíveis nos atuais smartphones, como endereço de contatos, calendário e e-mail. 

1997

Foto: Reuters

Após registrar perdas de US$ 1,8 bilhão, a Apple volta a contratar Steve Jobs como seu presidente executivo em setembro de 1997.

1998

Foto: Wikimedia Commons

O primeiro iMac chegou ao mercado em agosto de 1998. O computador revolucionou o design colorido dos computadores, que eram empacotados em gabinetes na cor preta. Ele também foi inovador por agrupar, em uma mesma estrutura, componentes como a CPU, monitor e drive de CD. O conceito do produto foi criado pelo atual vice-presidente da Apple, Jonathan Ive.

2001

Foto: Reuters

O tocador de música portátil iPod foi lançado em 2001 e teve sucesso instantâneo no mercado por sua interface simples para o usuário, centrada no uso de botões dispostos em um formato circular. Era a primeira vez que as pessoas podiam carregar sua biblioteca de músicas digitais por aí.

2003

Foto: Reprodução

A empresa inaugura a iTunes Store, loja virtual que possibilitou aos usuários comprar e fazer download de músicas, livros de áudio, filmes e programas de TV online. O modelo representou uma mudança radical no mercado musical, que já sofria com a distribuição de cópias piratas em formato MP3.

2007

Foto: Reuters

Em junho de 2007, a empresa começou a explorar o segmento de celulares com o lançamento do iPhone, que trazia algumas funções do iPod. O smartphone popularizou a utilização de superfícies sensíveis ao toque. 

2010

Foto: Reuters

Após o sucesso do iPhone, a Apple criou o iPad, lançando os tablets como um novo segmento de produtos no mercado. O iPad foi apresentado como um dispositivo intermediário, entre o MacBook e o iPhone.

2011

Foto: Reuters

Em janeiro de 2011, Steve Jobs sai pela segunda vez de licença médica para tratar de um câncer no pâncreas diagnosticado em 2004. Poucos meses depois, em agosto, ele deixou o cargo de presidente executivo da Apple.

2011

Foto: Reuters

Steve Jobs faleceu em outubro de 2011, devido a complicações em seu estado de saúde. A morte do executivo ocorreu pouco mais de um mês depois de a Apple anunciar que Tim Cook assumiria a presidência da empresa.

2015

Foto: Reuters

Em meio às dúvidas relacionadas sobre se o futuro da Apple pós-Steve Jobs, a empresa lançou o relógio inteligente Apple Watch em abril de 2015. Com o dispositivo, que chegou ao mercado meses depois de seus principais concorrentes, a companhia trouxe para o pulso dos usuários alguns dos principais recursos do iPhone. 

2017

Foto: Peter Bittner/The New York Times

Inaugurada em abril de 2017 na cidade de Cupertino, a nova sede da Apple, chamada de Apple Park foi um projeto que contou com a ajuda de Steve Jobs, antes de sua morte. Com design moderno, o local foi construído para ser ocupado por até 14,2 mil pessoas. A sede custou US$5 bilhões para a empresa.

2018

Foto: REUTERS/Heinz-Peter Bader

Em agosto de 2018, a fabricante do iPhone atingiu o valor de mercado de US$ 1 trilhão e se tornou a primeira empresa americana a atingir a marca. O resultado se deve aos bons números do balanço trimestral divulgado pela empresa no final de julho, que mostraram uma alta de 17% na receita, graças às boas vendas do iPhone X -- aparelho mais caro da marca.

Março de 2019

Foto: Stephen Lam/Reuters

Em 25 de março, a empresa finalmente revelou estar produzindo conteúdo para o seu serviço de streaming, o Apple TV+. A Apple alistou diversas celebridades, comediantes e apresentadores para falar do novo serviço de streaming:  Steven Spielberg, Reese Witherspoon, Jennifer Aniston, Steve Carell e Oprah Winfrey. Todos eles terão programas na nova platforma, que ainda não tem data de lançamento. 

Junho de 2019

Foto: Jim Wilson/The New York Times

Responsável por criar projetos icônicos, como o do iPod, do iPhone e do iMac, o inglês Sir Jonathan Ive deixou a Apple em junho de 2019. Ele era considerado por Steve Jobs como "a pessoa com maior poder operacional dentro da Apple". Segundo o Wall Street Journal, ele estava insatisfeito com os rumos dados por Tim Cook à companhia. 

2020

Foto: Reuters/Arnd Wiegmann

Em agosto, a Apple se tornou a primeira empresa americana a alcançar o valor de US$ 2 trilhões. Até meados de março, o valor da Apple estava abaixo de US$ 1 trilhão, após uma queda acentuada no mercado de ações por medo do coronavírus, mas a valorização das ações elevou o capital da empresa. Enquanto a empresa levou 42 anos para chegar ao valor de US$ 1 trilhão, foram necessários apenas dois anos para dobrar o seu valor. 

    Tags:

  • Apple
  • iPhone
  • smartphone
  • China [Ásia]

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.

Assine o Estadão Já sou Assinante

Tendências

  • Preocupado com a política do WhatsApp? Preste atenção no Instagram!
  • No ano da pandemia, Netflix teve o maior aumento de assinantes da história
  • WhatsApp, Telegram ou Signal: qual app de conversa é mais seguro?

Mais lidas

  • 1.Bill Gates recebe primeira dose de vacina contra a covid-19
  • 2.Aprenda quatro maneiras de aproveitar a câmera do seu smartphone
  • 3.Apple testa tela dobrável para iPhone, diz agência
  • 4.Preocupado com a relação entre WhatsApp e Facebook? Melhor prestar atenção no Instagram
  • 5.Movimentos futuristas da Hyundai apontam o caminho das montadoras
  • Meu Estadão
  • Fale conosco
  • assine o estadão
  • anuncie no estadão
  • classificados
  •  
  •  
  •  
  •  
  • grupo estado |
  • copyright © 2007-2021|
  • todos os direitos reservados. Termos de uso

compartilhe

  • Facebook
  • Twitter
  • Linkedin
  • WhatsApp
  • E-mail

Link permanente