Departamento de Justiça dos EUA prepara inquérito contra o Google
Órgão do governo americano quer determinar se a gigante de buscas está ferindo leis de antitruste, disseram fontes à agência de notícias 'Reuters'
03/06/2019 | 12h43
Por Agências - Reuters

Depois de sofrer inquéritos antitruste na UE, Google pode ser investigado nos EUA
Leia mais
O Departamento de Justiça (DoJ) dos Estados Unidos está preparando um inquérito contra o Google para determinar se a gigante de tecnologia infringiu leis de antitruste ao operar seu negócio online cada vez maior, disseram duas fontes familiarizadas com o assunto.
Segundo as fontes, autoridades da divisão antitruste do DoJ e da Comissão Federal do Comércio (FTC, na sigla em inglês), responsáveis por vigiar concorrência nos EUA, se encontraram recentemente para dar à Justiça americana o poder de vigiar o Google.
A potencial investigação representa o ataque mais recente a uma gigante de tecnologia pelo governo de Donald Trump, que constantemente acusa empresas de redes sociais como Twitter e Facebook, bem como o Google, de oprimir o discurso conservador em suas plataformas.
A investigação, primeiro divulgada pelo jornal americano Wall Street Journal, deve focar nas acusações de que o Google deu preferência a seus próprios produtos em buscas feitas pelo usuário. Procurado, o Departamento de Justiça não podia confirmar ou negar que há uma investigação. Já o Googel se negou a comentar o tema.
Não é a primeira vez que o Google passa por investigações governamentais nos EUA. Em 2013, a FTC fez um longo inquérito sobre a empresa, que depois concordou em acabar com práticas que a permitiam "escavar" dados de sites rivais para seus próprios produtos. Um exemplo é o site TripAdvisor, especializado em dicas e comentários sobre viagens e turismo, que comemorou a possibilidade de uma investigação do DoJ sobre a gigante.
"O TripAdvisor segue preocupado sobre as práticas do Google nos EUA e em todo o mundo", disse Stephen Kaufer, presidente executivo do TripAdvisor, em nota publicada neste final de semana. "Pelo bem dos consumidores e da competição, vemos com bons olhos qualquer interesse dos reguladores americanos em fiscalizar o comportamento anticompetitivo do Google."
É uma discussão política, também: candidatas democratas à presidência dos EUA em 2020, as senadoras Elizabeth Warren e Kamala Harris já pediram pela "quebra" de gigantes de tecnologia por seu poder abusivo. Na UE, vale lembrar, o Google já levou três grandes multas sobre antitruste, em produtos como Android e Google Shopping.
Comentários
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.
Tendências
- Clubhouse: conheça a rede social de áudios que caiu na boca do povo
- Bateria, sensores e potência: saiba como escolher um robô-aspirador de pó
- Vazamento de dados: veja tudo o que já sabemos sobre o caso
- Megavazamento de janeiro fez meio milhão de celulares corporativos circularem na internet
- Pequeno mas potente, iPhone 12 mini é prova de que tamanho não é documento