Diego Dzodan vai deixar liderança do Facebook na América Latina

O executivo ocupava o posto de vice-presidente da rede social e do Instagram há três anos; argentino se tornou conhecido em 2015, quando foi preso pela Justiça de SP após a empresa se negar a colaborar em investigação

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Por Mariana Lima
Atualização:
Diego Dzodan anuncia saída da vice presidência do Facebook Foto: Mary Schwalm/Reiters

O executivo argentino Diego Dzodan anunciou nesta quarta-feira, 27, que não será mais responsável pela vice-presidência do Facebook para a América Latina. O executivo disse em nota que ainda ficará na rede social por alguns meses, em período que estima ser necessário para transição até que seja encontrado seu substituto. A empresa ainda não divulgou quem ficará no lugar de Dzodan, mas disse que procura nomes internamente e também no mercado para assumir o cargo. 

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Em um anúncio oficial, Dzodan disse que vai se dedicar a startup de tecnologia Faci.ly, criada por sua esposa –  até então, Dzodan atuava apenas como investidor da empresa iniciante. A startup é dona de um aplicativo disponível apenas para Android, capaz de conectar clientes e profissionais de beleza nas áreas de pedicure, manicure, design de sobrancelhas e depilação. Para os próximos meses, a empresa pretende ampliar seus serviços fazendo entregas em geral, em um modelo parecido com o que é adotado pela Rappi, startup colombiana de entregas.

Perfil. Responsável por liderar as operações regionais do Facebook e do Instagram nos últimos três anos, Dzodan tem mais de duas décadas de experiência em empresas de tecnologia multinacionais – entre elas, está a holandesa SAP, onde passou a maior parte de sua carreira. 

De fala mansa, o executivo é conhecido dentro da empresa por gostar de ouvir o que os funcionários pensam e respeitar os comentários feitos por eles sobre a suas decisões e gestão. É também admirado por ser aplicado em suas atividades e projetos.

O executivo ficou conhecido do grande público em 2015, após ter sido preso em São Paulo, quando a rede social se negou a entregar informações sobre conversas de seus usuários. A Justiça entendeu que o Facebook não quis colaborar com investigações sobre crime organizado e tráfico de drogas que ocorriam em sigilo.

À época, funcionários da empresa se sensibilizaram com a situação do executivo. Quando retornou às atividades, Dzodan fez questão de relatar a experiência e as condições que viviam os presos do Centro de Detenção Provisória.

Momento. A saída do executivo acontece em um momento delicado para o Facebook, que está se reestruturando globalmente após os escândalos envolvendo a privacidade dos usuários dentro da rede social.

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Além disso, a empresa está sob investigação no Brasil – promotores do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) tentam descobrir qual o envolvimento da empresa no uso de dados ilícitos de usuários brasileiros do Facebook pela consultoria política Cambridge Analytica.

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