Dona da 99 prepara abertura de capital em Nova York

Companhia espera uma avaliação de mercado de pelo menos US$ 100 bilhões

PUBLICIDADE

Por Agências
Atualização:
Chinesa Didi é a dona do app brasileiro de mobilidade 99 Foto: Jason Lee / Reuters

A chinesa Didi Chuxing, dona do aplicativo brasileiro de mobilidade 99, está inclinada a escolher Nova York em vez de Hong Kong para sua oferta inicial de ações (IPO), visando a uma avaliação de pelo menos US$ 100 bilhões, disseram duas pessoas com conhecimento direto do assunto à Reuters.

PUBLICIDADE

A Didi também discutiu a opção de listar por meio de uma empresa de aquisição de propósito específico (SPAC), disseram várias fontes à Reuters, o que envolveria a fusão com uma firma de investimento que levanta capital por meio de IPO nos EUA. Mas as fontes disseram que a opção do SPAC foi vista pela Didi como menos viável.

Com essa meta de avaliação, a Didi poderia levantar cerca de US$ 10 bilhões se vendesse 10% de suas ações, no que seria o maior IPO chinês nos EUA desde a estreia de US$ 25 bilhões do Alibaba, em 2014.

Uma quinta pessoa próxima da Didi disse que a empresa também avalia uma listagem em Hong Kong, além de nos EUA. A Didi disse que não tem plano definido sobre o local e cronograma da oferta.

Duas das fontes disseram que a preferência por Nova York para a listagem reflete em parte preocupações de que um pedido de IPO de Hong Kong passe por um escrutínio regulatório mais rígido sobre as práticas de negócios da Didi, incluindo o uso de veículos sem licença e motoristas em meio período. Autoridades de Xangai multaram a Didi por usar veículos não licenciados em 2019. Naquela época, a Didi respondeu lançando uma campanha para melhorar a segurança dos passageiros.

Outra vantagem que a Didi vê num IPO em Nova York é o ritmo de listagem mais previsível e um pool de capital maior, disse outra fonte, adicionando que o IPO pode ocorrer no segundo trimestre.

Em um sinal de desafio para as empresas de transporte por aplicativo, a menor rival doméstica da Didi, Dida, pediu registro para IPO em Hong Kong em outubro passado e tem recebido várias consultas da bolsa, disse uma sétima fonte.

Publicidade

As dúvidas são ligadas principalmente a questões como compliance empresarial. E a empresa ainda não obteve audiência com a bolsa, disse a pessoa com conhecimento do assunto.

A listagem da Didi nos EUA ampliaria o ímpeto das empresas chinesas que buscaram esse mercado nos últimos dois anos, apesar do aumento das tensões entre as duas maiores economias do mundo.

No ano passado, as empresas chinesas levantaram US$ 12 bilhões em listagens nos EUA, mais do que o triplo do valor arrecadado em 2019, de acordo com dados do Refinitiv. A Didi foi avaliada em US$ 56 bilhões em uma rodada de investimentos em 2017 e sua avaliação ultrapassou US$ 60 bilhões um ano depois, disseram as fontes.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.