Dona do Google, Alphabet encerra projeto que usava balões para acesso à internet

A empresa concluiu que o negócio não é comercialmente viável

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Por Agências
Atualização:
Para as operadoras, cada balão custaria dezenas de milhares de dólares, com duração de apenas cerca de cinco meses Foto: Stephen Lam/Reuters

A Alphabet, dona do Google, afirmou nesta quinta-feira, 21, que está fechando seu projeto Loon, que usava balões para levar internet a áreas remotas - a empresa concluiu que o negócio não é comercialmente viável.

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Fundado em 2011, o Loon tinha como objetivo levar conectividade a áreas do mundo onde construir torres de celular é muito caro ou perigoso usando balões do tamanho de quadras de tênis e equipamentos de rede movidos a energia solar. Porém, segundo a empresa, as operadoras sem fio que o Loon via como potenciais clientes questionaram a viabilidade técnica e política da ideia.

"Embora tenhamos encontrado vários parceiros dispostos ao longo do caminho, não encontramos uma maneira de reduzir os custos o suficiente para construir um negócio sustentável de longo prazo", disse o presidente-executivo do Loon, Alastair Westgarth, em publicação no blog da companhia.

Além disso, Rich DeVaul, fundador do projeto, disse que a crescente demanda por conectividade móvel tornou as torres mais econômicas do que ele havia estimado há uma década, diminuindo a necessidade do Loon. "O problema foi resolvido mais rápido do que pensávamos", disse ele em entrevista.

Westgarth disse que o legado do Loon incluiria o desenvolvimento de balões de hélio que duram centenas de dias no céu e equipamentos de comunicação que podem fornecer cobertura celular a uma área 200 vezes maior do que a alcançada por uma torre de celular média.

No entanto, uma operadora precisaria de vários balões de uma vez e cada um custaria dezenas de milhares de dólares, com duração de apenas cerca de cinco meses. O Loon lançou um projeto piloto no Quênia em 2020, após anos de atraso causados por problemas regulatórios.

A operadora Telkom Kenya, disse que seu serviço conjunto com o Loon vai durar até 1º de março.

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A tecnologia já se provou bem-sucedida em projetos curtos para fornecer cobertura de celular no Peru e em Porto Rico, quando as torres de celular foram derrubadas por desastres naturais. A empresa empregava 200 pessoas em 2019. Naquele ano, obteve um investimento de US$ 125 milhões do HAPSMobile do SoftBank.

O HAPSMobile se recusou a comentar sobre o efeito financeiro do fechamento do Loon, mas disse que "continuará a trabalhar em direção ao objetivo de desenvolver um negócio comercial".

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