Em debate sobre edital do 5G, diretoria da Anatel racha novamente

As divergências entre os conselheiros foram regadas à ironia

PUBLICIDADE

Por Anne Warth
Atualização:
Debate do 5G racha Anatel Foto: Rafael Marchante/Reuters

A discussão sobre o leilão 5G foi mais um episódio que expôs o racha na diretoria da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Temendo vazamentos, o conselheiro Emmanoel Campelo apresentou nesta quinta-feira, 12, sua proposta para o edital e fez segredo até para os demais membros do Conselho Diretor, descumprindo o regimento da agência. Quem votasse a favor do edital poderia estar assinando um contrato de compra e venda sem ler seus termos, comparou uma fonte.

PUBLICIDADE

Inicialmente, como mostrou o Estado, Campelo pretendia dividir a faixa do 3,5 GHz em três blocos de alcance nacional, privilegiando as maiores teles. Ao longo da semana, pressionado, mudou de ideia: propôs quatro blocos, um deles regional.

Relator original do leilão, o conselheiro Vicente Aquino, que defendia a reserva de um bloco regional exclusivo para as pequenas operadoras, disse que iria pedir vista por considerar o voto de Campelo “inovador”.

Foi quando o clima azedou de vez. As divergências entre os conselheiros ficaram, novamente, claras, a exemplo do bate-boca público do início de outubro. Dessa vez, porém, no lugar de acusações, muita ironia. O presidente da Anatel, Leonardo Euler de Morais disse que o pedido de Aquino era “inusitado” e que não aceitaria “atrasos adicionais”.

Coube, mais uma vez, ao conselheiro Moisés Queiroz Moreira apaziguar os ânimos. Com um pedido de vistas, ele encerrou a discussão – pelo menos em 2019. A missão de Moreira será a de construir uma proposta de consenso para o setor. O edital deve voltar à pauta do Conselho Diretor no dia 6 de fevereiro.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.