Em disputa com Pequim, dona da 99 suspense listagem de ações em Hong Kong
Segundo reportagem, reguladores chineses não ficaram satisfeitos com o plano de privacidade dos usuários apresentado pela empresa
11/03/2022 | 14h50
Por Redação Link - O Estado de S. Paulo
Didi suspende listagem de ações em Hong Kong após desagradar reguladores chineses
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A Didi, dona do aplicativo de transporte 99, suspendeu a listagem de ações em Hong Kong devido ao fracasso em atender às condições da China para lidar com dados de usuários. Segundo a Bloomberg, a Administração do Ciberespaço da China (CAC) disse aos executivos da Didi que suas propostas para evitar vazamentos de segurança e dados não foram satisfatórias,
A empresa e seus executivos interromperam o trabalho para listagem em Hong Kong, originalmente prevista para ocorrer neste ano. A Didi, que que estreou na Bolsa de Nova York em junho de 2021, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters. A história da empresa depois da abertura de capital tem encontrado obstáculos: ela já perdeu três quartos de seu valor depois de se tornar objeto de investigação de segurança cibernética dias após a sua abertura de capital em Nova York.
Apenas cinco meses após a listagem, a Didi anunciou um plano de fechamento de capital dos EUA para se listar em Hong Kong, pressionada pelo aperto regulatório de Pequim. A empresa divulgou uma queda na receita trimestral em dezembro, depois que seus aplicativos serem retirados das lojas de aplicativos móveis na China como reflexo da divulgação.
Após o anúncio de que a listagem em Hong Kong estava cancelada, as ações da Didi caíram 12% nesta sexta-feira, 11.
Por que a China decidiu investigar a Didi?
A China diz que a empresa coletou ilegalmente dados pessoais dos usuários, mas não especificou a natureza da violação da empresa. A Didi respondeu dizendo que havia parado de registrar novos usuários e removeria seu aplicativo das lojas online. A empresa, que coleta uma grande quantidade de dados de mobilidade para pesquisa de tecnologia e análise de tráfego, também afirmou que se esforçará para corrigir quaisquer problemas para proteger a privacidade dos usuários.
A Didi também está enfrentando uma investigação antitruste, revelada pela Reuters em junho, para verificar se a empresa usou comportamentos anticompetitivos para afastar rivais menores do mercado. A companhia afirmou na época que não comentaria sobre "especulações infundadas de fontes não identificadas".
A ação do país, porém, ocorreu em meio a um aperto regulatório generalizado sobre as empresas de tecnologia chinesas, que começou com o cancelamento do IPO de US$ 37 bilhões planejado pela fintech Ant Group, afiliada da Alibaba (dona da AliExpress), no final do ano passado.
Grande parte da pressão regulatória da China tem sido feita por seu órgão antitruste e a ordem contra a Didi representa uma das ações mais importantes da agência desde sua fundação em 2014, sugerindo uma ênfase crescente na segurança de dados para empresas listadas nos EUA. /COM INFORMAÇÕES DA REUTERS
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