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Em meio à crise, Tesla começa processo de reestruturação

Por e-mail, Elon Musk anunciou aos funcionários da Tesla que está diminuindo cargos e remodelando a estrutura administrativa da empresa

Por Agências
Atualização:
Elon Musk é o presidente da Tesla Foto: Rebecca Cook/Reuters

O presidente da Tesla, Elon Musk, anunciou nesta segunda-feira, 14, que a empresa está passando por um profundo processo de reestruturação. A novidade acontece em um período de problemas de produção de veículos, demissão de funcionários e acidentes envolvendo os carros elétricos e autônomos da companhia.

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No e-mail, enviado aos funcionários da empresa, Musk disse que estava "diminuindo a estrutura administrativa para melhorar a comunicação" combinando funções e atividades e cortando postos de trabalho que não são vitais para o sucesso da reorganização. As informações foram confirmadas pela Tesla ao jornal Wall Street Journal.

O assunto não é uma completa novidade para o mercado. No dia dois de maio, durante a conferência de resultados da empresa, Musk já tinha dito que faria uma espécie de reorganização para garantir que estariam bem preparados para atingir os objetivos nos próximos meses.

Ainda assim, após a divulgação da notícia, as ações da Tesla caíram 1,3% e foram operadas a US$ 297 nesta segunda-feira.

Momento. Os anúncios são feitos em um momento crítico para empresa que tenta resolver os problemas de produção que retardaram o lançamento de seu modelo sedã, o Modelo 3. O carro é visto como indispensável para o sucesso da empresa em médio prazo.

A empresa também está sofrendo com a vazão de seus executivos sêniores. Matthew Schwall, técnico da montadora que tinha forte relação com os investigadores de segurança dos Estados Unidos, agora é funcionário da Waymo, empresa de carros autônomos da Alphabet, controladora do Google.

Já Doug Field, vice-presidente sênior de engenharia, está de folga para "recarregar as baterias" por tempo indeterminado, segundo a própria Tesla. Não há informações de outros afastamentos ou demissões, mas o mercado espera que novos anúncios aconteçam nas próximas semanas.

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Susto. Analistas afirmam que os recentes sinais indicam que a crise da empresa pode ser maior e mais preocupante para os investidores. "Nunca é um bom sinal para a empresa quando quase todos os seus executivos seniores estão saindo com o preço das ações em alta", disse Jim Chanos, um dos principais investidores da Tesla em uma entrevista a agência de notícias Bloomberg.

Na entrevista, Chanos que diz ter uma lista “impressionante” de altos executivos dispostos a sair da companhia, acionou o sinal de alarde para os companheiros de mercado.  “Eu não sei o que é, mas quase todos os executivos da Tesla sabem de algo e estão deixando a empresa enquanto ainda está em alta”.

Acidentes. A Tesla amarga ainda uma crise causada pelos recentes acidentes envolvendo seus carros. Na semana passada, um sedã Tesla Modelo S, que viajava a 97 km por hora, bateu em um caminhão de bombeiros parado em um sinal vermelho na cidade de South Jordan, Utah.

Testemunhas disseram que o sedã Tesla não freou antes do impacto, mas a polícia ainda não sabe se o veículo trafegava em modo automático no momento do acidente. O motorista quebrou o tornozelo e foi levado ao hospital enquanto o bombeiro que dirigia o caminhão não se feriu.

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“A Tesla ainda não recebeu nenhum dado do carro e, portanto, não sabe o que ocorreu, incluindo se o piloto automático estava ativo no momento”, disse a empresa em comunicado divulgado na segunda-feira.

Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB, na sigla em inglês) não confirmou se está investigando o acidente de Utah, mas disse que abriu sindicância para avaliar outro acidente, que aconteceu dia 8 de maio na Flórida.

Dois adolescentes morreram e um ficou ferido quando estavam em um veículo Tesla e circulava em piloto automático pela cidade de Fort Lauderdale, marcando a quarta investigação em curso sobre colisões envolvendo os veículos da empresa.

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Por nota, a Telsa disse que apesar de o piloto automático lidar com algumas tarefas de direção, a operação do veículo ainda é de responsabilidade do motorista.

Outras empresas. Na semana passada, o Facebook que também vive uma forte crise, fez seu processo de reorganização. Sem demitir funcionários, Mark Zuckerberg, criou novas áreas e remanejou os principais executivos da companhia entre os novos projetos.

A medida da rede social agradou o mercado e o Facebook voltou a registrar, na última sexta-feira, valores semelhantes ao que exibia antes do escândalo de proteção de dados envolvendo a consultoria Cambridge Analytica.

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