'Estamos de olho no que pode dividir as pessoas' diz executivo do WhatsApp

Ben Supple, gerente de políticas públicas do aplicativo de mensagens, fala sobre as estratégias da empresa para evitar fake news nas eleições do Brasil

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Por Bruno Capelas
Atualização:
Ben Supple, gerente de políticas públicas do WhatsApp Foto: Arquivo Pessoal

O WhatsApp está preocupado em interferir negativamente nas eleições do Brasil este ano. Com mais de 120 milhões de usuários no País, a empresa tem lançado estratégias para tentar evitar maiores problemas nos próximos meses. A seguir, confira trechos da entrevista feita pelo Estado Ben Supple, gerente de políticas públicas do WhatsApp.

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Estadão: Como os candidatos poderão usar o WhatsApp? Ben Supple: Não vamos liberar a versão corporativa do aplicativo para eles. Seria algo que permitiria conversas em larga escala, com automatização. Entendemos que os políticos usarão o WhatsApp de qualquer forma, seja na versão pessoal ou na de pequenas empresas. Não vamos encorajá-los ou treiná-los, mas explicar qual é o jeito responsável de usar a plataforma (evitando, por exemplo, a proliferação de mensagens indesejadas, ou spam). 

Nas eleições no México, há um mês, o que o WhatsApp aprendeu?  Vimos a efetividade das iniciativas de checagem de notícias. Criou-se um consórcio com 90 organizações, que chegou a ter 10 mil assinantes na lista de transmissão via WhatsApp. E eles usaram (a ferramenta de mensagens efêmeras) Status para divulgar as notícias que checaram, o que é muito mais efetivo do que divulgar links em grupos e conversas. 

O WhatsApp já foi bloqueado três vezes no País. De lá para cá, melhorou o entendimento das autoridades sobre a plataforma?  Depois que começamos a ser proativos com as autoridades, sim. Conseguimos explicar o uso de criptografia e quais suas limitações. É importante dialogar. O que não se pode (com os bloqueios) é limitar a comunicação das pessoas. 

‘Fake news’ não é só sobre eleições. Que outros temas preocupam?  Estamos de olho em conteúdo que pode polarizar as pessoas. Com temas que podem incitar violência e com notícias falsas que afetem as camadas da população, que podem não ter a capacidade de interpretar adequadamente. 

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