Estrategistas políticos pressionam Facebook

Organizações tentam persuadir empresa a não proibir anúncio político direcionado na eleição americana

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Por Mike Isaac
Atualização:
Mark Zuckerberg, presidente executivo do Facebook Foto: Leah Millis/Reuters

Com o Google tendo anunciado restrições à propaganda política, estrategistas de campanha voltaram a atenção para o Facebook. Eles disseram que, se o Facebook acompanhar o Google e restringir o alcance de campanhas políticas, impedindo que elas atinjam o público-alvo, isso limitaria o acesso a eleitores não registrados e dificultaria que organizações pequenas angariassem doações. 

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Os estrategistas sugeriram pressionar o Facebook enquanto ele estuda como administrar anúncios políticos. Mark Zuckerberg, fundador da plataforma, já deixou claro que o Facebook veiculará todos os anúncios políticos – mesmo que contenham mentiras – no interesse da liberdade de expressão. Mas, segundo fontes, a rede social está estudando mudanças.

Por um lado, o Facebook quer conter a desinformação veiculada em seu site. Ao mesmo tempo, evitar alienar candidatos que dependem de sua plataforma para se organizar e levantar fundos. Assim, ao tentar agradar a todos, o Facebook está desagradando a todos. 

A rede social se distanciou das outras em relação à campanha política. O Twitter já havia informado que banirá tais anúncios por causa de seu impacto negativo no discurso cívico e, na quarta-feira, o Google disse que não permitirá mais anúncios políticos dirigidos a segmentos específicos com base em número de votos e filiação política. 

A pressão sobre o Facebook tem sido ininterrupta. Organizações de variadas tendências políticas vêm tentando persuadir a empresa a não parar com os anúncios. “Grandes mudanças no sistema de publicidade direcionada deixariam em desvantagem democratas e progressistas que usam o Facebook para levantar fundos e atualmente têm bancos de dados menores que a campanha de Trump”, disse Tara McGowan, fundadora e diretora do Acronym, um grupo sem fins lucrativos. Estrategistas republicanos também temem perder meios de levantar doações se o Facebook reduzir os anúncios políticos direcionados.

Na sexta-feira, o Comitê Nacional Democrata, o Comitê Democrata de Campanha para o Senado e o Comitê Democrata de Campanha para o Congresso divulgaram declaração conjunta condenando o Google. “As empresas tech não deveriam reduzir o poder dos partidos de base só porque isso é mais fácil que enfrentar abusos em suas próprias plataformas”, disse o grupo. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ

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