Facebook abusa de poder dominante ao coletar dados, diz governo alemão

Companhia está sob investigação na Alemanha há meses e diz que alegações sobre natureza de sua atividade são imprecisas

PUBLICIDADE

Por Agências
Atualização:
Facebook está na mira de órgãos reguladores em todo o mundo Foto: REUTERS/Thomas White

O principal órgão de defesa da concorrência da Alemanha afirmou nesta terça-feira, 19, que o Facebook tem abusado de sua posição dominante de mercado ao coletar dados dos usuários. A declaração desafia o modelo de negócio da rede social, que tenta monetizar os dados pessoais de seus mais de 2 bilhões de usuários por meio de publicidade direcionada.

PUBLICIDADE

O Federal Cartel Office apresentou dados preliminares de sua investigação que já dura 20 meses. O órgão diz que o Facebook teve, neste período, uma posição dominante em relação a outras redes sociais. A companhia dirigida por Mark Zuckerberg, por outro lado, classificou as alegações como imprecisas.

O caso está sendo acompanhado de perto na Alemanha, onde preocupações sobre a privacidade dos dados dos usuários são mais fortes devido ao histórico de espionagem durante o Nazismo. O Facebook tem divulgado uma campanha de marketing para reduzir essa preocupação de seus usuários no país.

Separadamente à investigação, a Alemanha pretende introduzir no próximo ano uma lei que pode cobrar multas de até € 50 milhões de redes sociais que falharam para remover postagens que contenham discurso de ódio, algo que é considerado crime na Alemanha.

A autoridade de defesa da concorrência se opôs ao requerimento do Facebook de acessar dados de terceiros quando uma conta é aberta -- como do WhatsApp e Instagram, que também são produtos da empresa.

"Acima de tudo, nós vemos que a coleta de dados fora da rede social Facebook e a inclusão dessas contas são problemáticas", disse o presidente do órgão, Andreas Mundt, em nota.

Esse não foi o único revés do Facebook na Europa hoje. A companhia também foi impedida pelo governo francês de compartilhar dados dos usuários do aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp. Segundo o órgão de defesa da privacidade dos dados na França, o WhatsApp falhou em obter o consentimento dos usuários sobre o compartilhamento de informações entre as duas empresas, após a aquisição.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.