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Facebook admite que compartilhou dados de usuários com fabricantes chineses

Ao menos quatro empresas da China tiveram acesso às informações; além delas Apple, Microsoft, Samsung e Amazon integram a lista

Por Agências
Atualização:
Mark Zuckerberg é presidente do Facebook Foto: Andrew Harnik/AP

O Facebook voltou a ser criticado por membros do Congresso americano depois que a rede social confirmou que ao menos quatro empresas chinesas tiveram acesso a dados pessoais de usuários da plataforma. A constatação acontece em um momento que o governo dos Estados Unidos alega espionagem da China por meio de produtos de telecomunicações de empresas chinesas.

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Segundo o Facebook, a Huawei, Lenovo e as fabricantes de smartphones OPPO e TCL fazem parte da lista de 60 companhias de tecnologia que tiveram acesso a informações de usuários da rede social. A rede social confirmou que a Amazon, Apple, HTC, Microsoft e Samsung Electronics também tiveram acesso aos dados. A quantidade de usuários afetados e o tipo de informação coletada não foram divulgados.

Presente na lista, a Huawei, terceira maior fabricante de smartphones do mundo, foi recentemente investigada por agências de inteligência americanas que argumentam que as empresas chinesas de telecomunicações oferecem uma oportunidade para espionagem e ameaçam infraestruturas de segurança dos Estados Unidos. Tanto o governo chinês quanto as empresas negam.

Em resposta à pressão, o Facebook disse que encerraria o acordo com a empresa nesta semana e que irá concluir a parceria com as demais parcerias chinesas. A empresa disse ainda que já finalizou metade das parcerias com as 60 empresas, mas evitou dizer quais.

O Ministério das Relações Exteriores da China não quis comentar os acordos entre as empresas.

Novo escândalo. Os holofotes se voltaram para a empresa de Mark Zuckerberg depois que o jornal The New York Times publicou uma reportagem sobre como empresas de tecnologia tinham acesso a informações pessoais de usuários do Facebook. Segundo o jornal, a própria tecnologia da rede social permitia o compartilhamento e a empresa sabia que repassava as informações.

O Facebook negou que se trata de um novo escândalo de uso indevido de dados e disse que o acesso a informações era para permitir que seus usuários acessassem alguns recursos em dispositivos móveis.

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Em uma carta divulgada na última terça, o Comitê de Comércio do Senado pressionou o Facebook por mais informações e questionou os motivos que levaram Zuckerberg a não contar sobre a coleta desses dados durante seu depoimento no Congresso, realizado em abril deste ano. O Facebook disse que enviará respostas aos membros do Comitê de Comércio.

A rede social está na mira de governos do mundo inteiro depois que falhou em proteger os dados de cerca de 87 milhões de usuários que foram compartilhados com a agora falida empresa de dados políticos Cambridge Analytica.

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