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Facebook atinge valor de US$ 1 trilhão após Justiça dos EUA rejeitar processo antitruste

A rede social é a primeira empresa que nasceu depois dos anos 2000 a chegar à marca

Por Redação Link
Atualização:
O Facebooké a primeira empresa que nasceu depois dos anos 2000 a chegar à marca Foto: Beck Diefenbach/Reuters

O Facebook atingiu, nesta segunda-feira, 28, a marca de US$ 1 trilhão em seu valor de mercado. É a primeira vez que a empresa de Mark Zuckerberg alcança o valor na história da companhia, que nasceu em 2004. A rede social é a primeira empresa que nasceu depois dos anos 2000 a chegar à marca — isso faz com que ela  seja a companhia mais jovem nos Estados Unidos a chegar ao marco trilionário.

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Um juiz dos Estados Unidos indeferiu um processo antitruste da Comissão Federal de Comércio norte-americana (FTC, na sigla em inglês) contra o Facebook também nesta segunda-feira, e disse que uma nova reclamação deveria ser apresentada até 29 de julho. Com a notícia, as ações do Facebook imediatamente subiram mais de 3% após a publicação da decisão, o que ajudou a atravessar a marca.

A acusação rejeitada era de que a empresa teria violado as leis de antitruste do país para se tornar um monopólio das redes sociais ao comprar rivais como o WhatsApp, por US$ 19 bilhões, e o Instagram, por US$ 1 bilhão. As autoridades haviam entendido que essas compras eliminaram a competição no mercado de redes sociais.

O juiz James Boasberg, do Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito de Columbia, disse que o FTC não conseguiu demonstrar que o Facebook tinha poder de monopólio no mercado de redes sociais. O caso gerava apreensão em investidores porque colocava em xeque as aquisições do Instagram e do WhatsApp, o que poderia caminhar para o desmembramento da empresa. 

“O FTC falhou em alegar fatos suficientes para estabelecer plausivelmente um elemento necessário de todas as suas reivindicações da Seção 2 - ou seja, que o Facebook tem poder de monopólio no mercado de Serviços de Redes Sociais Pessoais (PSN)”, escreveu Boasberg. “A reclamação não contém nada a esse respeito, exceto a alegação nua e crua de que a empresa teve e ainda tem uma‘ participação dominante no mercado (superior a 60%) ’”.

Um dos motivos para a decisão, afirmou Boasberg, é que os procuradores-gerais estaduais demoraram muito para levar a reclamação à corte, se referindo às compras pelo Facebook de Instagram, em 2012, e WhatsApp, em 2014. Agora, a justiça americana estipulou um prazo de 30 dias para que os promotores registrem novas queixas antitruste contra a empresa.

Em março deste ano, o Facebook já havia pedido a um tribunal federal norte-americano para rejeitar os principais casos antitruste apresentados pelo FTC e por quase todos os Estados do país, alegando que eles não conseguiram mostrar que a empresa tem um monopólio ou prejudica consumidores.

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"Por margem de um voto, no ambiente tenso de críticas implacáveis por questões totalmente não ligadas às preocupações antitruste, a agência decidiu abrir um processo contra o Facebook", disse a empresa em resposta à reclamação da FTC. "Nenhum dos danos normalmente alegados em ações antitruste é alegado aqui", disse o documento.

Até a publicação deste texto, Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, ainda não havia se pronunciado sobre a nova marca da empresa. 

Segundo Christopher Sgro, porta-voz do Facebook, a empresa esperava que essa fosse a resolução tomada pela corte. “Estamos satisfeitos que as decisões de hoje reconheçam os defeitos nas reclamações do governo contra o Facebook. Competimos de forma justa todos os dias para ganhar o tempo e a atenção das pessoas e continuaremos a fornecer ótimos produtos para as pessoas e empresas que usam nossos serviços”, afirmou o porta-voz, segundo o jornal americano The New York Times.

Histórico

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Documentos obtidos por uma investigação do Congresso dos Estados Unidos, revelados em julho do ano passado, mostram que o presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, teve a intenção de comprar o Instagram para se proteger de competição no mercado. Durante uma troca de e-mails com o diretor financeiro da empresa, David Ebersman, em 2012, Zuckerberg chega a dizer que “se eles (o Instagram) crescerem em larga escala, pode ser muito prejudicial para o Facebook”. 

“Esses negócios estão começando ainda mas as redes estão estabelecidas e as marcas já são significativas”, disse Zuckerberg na troca de emails, em referência ao Instagram e também a outra rede social, chamada Path. "Já que nosso próprio valor é bastante agressivo e que somos vulneráveis em dispositivos móveis, estou curioso para saber se devemos considerar ir atrás de um ou dois deles. O que você acha?", questionou Zuckerberg em uma mensagem a Ebersman. 

Em resposta, Ebersman pediu para o presidente do Facebook explicar a motivação por trás dessas possíveis aquisições — ele listou quatro possíveis razões consideradas em geral para comprar empresas e pediu a Zuckerberg sua opinião para o caso em questão. Zuckerberg respondeu que tratava-se de uma combinação de evitar competição e melhorar o Facebook. “Há um efeito de rede em torno de produtos sociais e um número finito de diferentes mecanismos sociais para inventar. Quando alguém ganha em uma mecânica específica, é difícil para outros substituir sem fazer algo diferente."

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Clube

Além do impacto dos casos antitruste, as gigantes de tecnologia como um todo viram seus negócios serem impulsionados na pandemia. Na semana passada, a Microsoft atingiu US$ 2 trilhões em valor de mercado, juntando-se à Apple. Além disso, o valor de mercado da Amazon se aproxima de US$ 1,8 trilhão, enquanto a Alphabet, dona do Google, está avaliada em torno de US$ 1,7 trilhão.

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As ações do Facebook se valorizaram 30% neste ano principalmente pelo fortalecimento da interação digital em meio à pandemia. No trimestre que se encerrou em março, a empresa teve um crescimento de 48% em receita. O Facebook atribuiu o salto na receita a um aumento de 30% no preço médio por anúncio no período e também ao crescimento de 12% no número de anúncios entregues. Depois de uma queda pontual do mercado publicitário no início da pandemia em março do ano passado, a rede social tem visto a aceleração de seus negócios em anúncios nos últimos trimestres.

O Facebook também tem apostado recentemente na área de hardware, com produtos como o dispositivo de videochamada Portal e aparelhos de realidade virtual de sua divisão Oculus.

Existem hoje cinco empresas de tecnologia nos EUA que ostentam avaliações trilionárias: Apple, Microsoft, Amazon, Alphabet e Facebook. A Apple foi a primeira empresa americana a atingir a marca de US$ 1 trilhão, em 2018. /COM REUTERS 

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