Facebook chega a 2,5 bi de usuários, mas gastos derrubam ações em 6%

Ao longo de 2019, rede social teve alta de 51% em gastos, afetando suas margens de lucro; receita anual foi de US$ 70,7 bilhões

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Por Bruno Capelas
Atualização:
Mark Zuckerberg, presidente executivo do Facebook Foto: Leah Millis/Reuters

O Facebook chegou à marca de 2,5 bilhões de usuários ativos mensalmente no final de 2019, um crescimento de 8% na comparação com o ano anterior. Os números fazem parte do resultado da empresa para o ano passado e foram divulgados na noite desta terça-feira, 29. Apesar de apresentar receita anual de US$ 70,7 bilhões e lucro de US$ 24 bilhões, o relatório financeiro foi recebido com desânimo pelos investidores: após o fechamento do pregão da bolsa de valores Nasdaq, as ações do Facebook foram negociadas com queda de 6%. 

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O principal motivo para a desvalorização está na alta dos custos da companhia: ao longo de 2019, a empresa viu seus gastos subirem 51%, para a casa de US$ 46,7 bilhões. Os gastos afetaram a margem de lucro do Facebook, que caiu de 45% em 2018 para 34% no ano passado. Parte dos novos custos vieram de duas áreas diferentes: esforços para melhorar a segurança e a privacidade da empresa, pontos hoje críticos dentro do Facebook, bem como dispêndio em pesquisa e desenvolvimento. 

Ao longo do ano, o presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, falou diversas vezes sobre a importância da companhia voltar a olhar para o futuro, após os seguidos escândalos vividos entre 2017 e 2019. Nas últimas temporadas, o Facebook foi alvo de críticas por não proteger a privacidade dos usuários (no caso Cambridge Analytica), bem como servir como veículo de desinformação e influência estrangeira em eleições. Para endereçar esses problemas, a empresa também aumentou seu número de funcionários: são 44,9 mil pessoas – 26% a mais do que possuía no final de 2018. 

Criar novas funcionalidades também é algo importante para o Facebook conter o avanço da concorrência – aplicativos como o chinês TikTok têm roubado usuários, em especial os mais jovens, na competição das redes sociais pelo engajamento das pessoas frente às telas. 

Para isso, a empresa tem apostado especialmente em sua família de apps, que contém ainda o Instagram, o WhatsApp e o Facebook Messenger. Ao todo, esses serviços têm 2,89 bilhões de usuários, crescendo 9% na comparação com 2018. A frequência diária também cresceu 11% – hoje, 2,26 bilhões de pessoas utilizam ao menos um desses quatro aplicativos diariamente. 

No quatro trimestre, a empresa teve receita de US$ 21,1 bilhões e lucro de US$ 7,3 bilhões. Na carta aos acionistas, Mark Zuckerberg repetiu a mensagem que publicou em outros trimestres. "Tivemos um bom trimestre e um ano forte, enquanto nossa comunidade e negócios continuam crescendo", disse ele no texto publicado nesta quarta-feira, 29. No balanço anterior, referente ao terceiro trimestre de 2019, a frase foi a seguinte: "Tivemos um bom trimestre, enquanto nosso negócio e nossa comunidade continuam crescendo." 

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