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Facebook cria parceria com operadoras para melhorar redes sem fio

Empresa estabeleceu projeto com Intel, Nokia e operadoras como Deutsche Telekom para baratear custos de conexões 4G e 5G

Por Bruno Capelas
Atualização:

Reuters

 

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O Facebook continua à toda com seu projeto de conectar todas as pessoas do mundo: nesta segunda-feira, 22, na Mobile World Congress (MWC) – feira de tecnologia móvel que acontece esta semana em Barcelona – a empresa divulgou o Telecom Infra Project, uma parceria com operadoras e fabricantes de equipamentos de telecomunicações para colaborar na criação de novas tecnologias para melhorar acesso e transmissão de conexão de internet de alta velocidade sem fio.

Entre os membros do projeto, estão a Intel, a Nokia e as operadoras Deutsche Telekom e SK Telecom. Cada uma das empresa têm suas próprias razões para participar do projeto – as operadoras buscam equipamentos mais baratos, enquanto as fabricantes miram em incrementar suas vendas. Já o Facebook – através de sua organização Internet.org – quer levar a internet para todos os 7 bilhões de pessoas no mundo.

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“Acreditamos que todo mundo deve ter acesso à internet”, disse Mark Zuckerberg, em palestra na MWC na tarde da segunda-feira. “Não é algo que uma empresa pode resolver sozinha, mas queremos participar disso. Com o novo projeto, as telecomunicações poderão ser mais rápidas e baratas – e com isso, milhões de pessoas poderão pagar por planos de dados no mundo todo.”

Básico. O Telecom Infra Project, segundo Zuckerberg, é apenas um dos muitos projetos do Internet.org – o mais conhecido deles, o Free Basics, dá acesso gratuito a 90 milhões de pessoas ao Facebook e serviços parceiros em 38 países ao redor do planeta. No entanto, o serviço foi banido na Índia em fevereiro – os reguladores locais entenderam que o serviço afeta o princípio da neutralidade de rede, que diz que todos os dados de internet devem ser tratados (e cobrados) da mesma forma, sem discriminação.

“Foi uma derrota, mas não vamos nos abater”, disse Zuckerberg, sobre o tema. “Afinal de contas, não consigo pensar em nenhum projeto que deixe 90 milhões se conectarem à internet”, comentou o executivo, acrescentando que 50% dos usuários do serviço aderiram a um plano de dados pago após um mês usando o Free Basics. O serviço ainda não está disponível no Brasil, mas o País está na mira do Internet.org.

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Em Barcelona, Zuckerberg falou sobre os outros projetos da empresa. Entre eles, estão os drones movidos a energia solar que têm autonomia de 3 a 6 meses de voo, capazes de conectar áreas remotas à internet, ou um satélite que será lançado em breve e levará rede ao continente africano. “A internet mudou muito nos últimos dez anos: de textos, passamos para fotos e vídeos. O próximo passo é conseguir levar a imersão total com a realidade virtual, que aumentará a demanda por internet. Mas queremos fazer isso para todos”, declarou o executivo.

Teles. O executivo do Facebook também falou sobre propostas de regulamentação sobre aplicativos de internet – um tema que vem sendo bastante discutido no Brasil, onde operadoras já pediram para que o WhatsApp seja regulado pela União, e a palavra de ordem é “isonomia”. “Quando operadoras pedem mesma regulação que o Facebook, entendo que elas querem liberdade para inovar – e isso é bom. No entanto, quando pedem que os apps invistam em infraestrutura, isso não faz sentido, porque nossos negócios são diferentes”, explicou.

Questionado a respeito do embate entre a Apple e o FBI pela privacidade dos aparelhos, Zuckerberg se mostrou simpático à causa de Tim Cook, que tem defendido sua empresa de ordens judiciais norte-americanas para “abrir a segurança” do iPhone. “Não acredito que pedir um backdoor [porta dos fundos] vai ser um jeito efetivo para aumentar a segurança das pessoas”, declarou o executivo.

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