Facebook cria termos para desenvolvedores para evitar novo escândalo de uso de dados
Rede social acrescentou novas regras em documento assinado por engenheiros responsáveis por aplicativos, mas não os avisou
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Por Redação Link
Atualização:
O Facebook criou, sem avisar, novos “termos suplementares” secretos que restringem a atuação de desenvolvedores que criam aplicativos para a plataforma, segundo informou o site americano Business Insider. A medida seria uma forma encontrada pela rede social de evitar outro escândalo de dados como o que aconteceu com o Cambridge Analytica.
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Segundo a reportagem, os novos termos ajudam a rede social a policiar quais dados os desenvolvedores estão usando e assim tentar evitar o uso abusivo de informação de usuários.
Com a nova política, o Facebook tem permissão explícita para auditar quais informações os desenvolvedores estão usando, quais processos estão sendo tomados e que tipo de controle de dados eles têm.
A empresa diz ainda que os desenvolvedores não podem contradizer as políticas do Facebook e que a segurança de dados do aplicativo precisa está à altura das proteções estipulada pela rede social.
Todas essas novas medidas foram adicionadas às políticas de termo de uso da rede social, assinadas por desenvolvedores, mas que não são divulgadas publicamente.
O Facebook não comentou a reportagem do Business Insider, mas o site diz que a rede social passou a fazer uma breve explicação dos termos suplementares para os desenvolvedores que precisavam assinar o termo.
Entenda o escândalo do uso de dados do Facebook pela Cambridge Analytica
1 / 23Entenda o escândalo do uso de dados do Facebook pela Cambridge Analytica
16 de março
O primeiro capítulo da polêmica aconteceu em 16 de março, uma sexta-feira, quando o Facebook suspendeu a consultoria Cambridge Analytica, conhecida po... Foto: EFE/Alex HowardMais
17 de março
No dia seguinte, os jornais The Observer e The New York Times publicaram as reportagens que revelaram o escândalo a partir de revelações feitas pelo i... Foto: Andrew Testa/NYTMais
19 de março
No primeiro dia útil após a revelação dos escândalos, o Facebook perdeu US$ 36 bilhões em valor de mercado após ver suas ações caírem 6,7%, com fuga d... Foto: ReutersMais
20 de março
No dia seguinte, Mark Zuckerberg começou a ser convocado para prestar esclarecimentos nos EUA e no Reino Unido sobre o assunto; em paralelo, governos ... Foto: AP/Marcio José SanchezMais
20 de março, parte 2
No mesmo dia, começou a ganhar força o movimento #deleteFacebook – a hashtag publicada em redes sociais conclamava os usuários a abandonarem a rede so... Foto: Nilton Fukuda/EstadãoMais
21 de março
Pela primeira vez,o presidente executivo da Cambridge Analytica, Alexander Nix, admitiu que sua empresa pode ter influenciado drasticamente os resulta... Foto: ReutersMais
21 de março, parte 2
No dia 21 de março,Zuckerberg falou pela primeira vez sobre o caso, assumiu a responsabilidade pelos erros cometidos e pediu desculpas aos usuários. E... Foto: Jim Wilson/NYTMais
21 de março, parte 3
André Torretta, executivo de marketing político brasileiro, havia assinado uma parceria com a Cambridge Analytica para atuar nas eleições de 2018 no B... Foto: Daniel Teixeira/EstadãoMais
23 de março
Elon Musk, fundador da Space X e da Tesla, foi outro que aderiu ao #deleteFacebook, após ser desafiado por um usuário no Twitter; enquanto isso, a Câm... Foto: NYTMais
25 de março
Em meio ao escândalo, uma nova revelação: o Facebook coletou registros de chamadas e mensagens enviadas por SMS feitas por usuários de Android nos últ... Foto: ReutersMais
26 de março
No dia 26 de março, as ações do Facebook voltaram a despencar, depois que a autoridade regulatória de comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em in... Foto: NYTMais
28 de março
Além de pedir desculpas publicamente, o Facebook também começou a se esforçar para realizar mudanças na rede social a fim de convencer usuários, inves... Foto: FacebookMais
28 de março
Outro esforço tomado pela rede social foi o de cortar laços com provedores de dados do mundo todo – empresas que reúnem informações pessoais e de paga... Foto: ReutersMais
4 de abril
Na manhã de 4 de abril, o presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou que concordou em ir depor ao Congresso americano e responder às ... Foto: ReutersMais
4 de abril, parte 2
No mesmo dia, o Facebook anunciou novas versões de seus termos de uso e políticas de privacidade – os textos, que permaneceram em consulta por uma sem... Foto: Reuters/Dado RuvicMais
4 de abril, parte 3
Além disso, o Facebook também divulgou informações de suas investigações internas sobre o escândalo da Cambridge Analytica. Ao todo, 87 milhões (e não... Foto: AFPMais
9 de abril
No dia 9 de abril, o Facebook passou a notificar todos os usuários que tiveram seus dados compartilhados com aconsultoria Cambridge Analytica (cuja se... Foto: ReutersMais
10 de abril
No dia 10 de abril, o presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, depôs durante cinco horas no Senado americano – ele respondeu a perguntas de todo tipo ... Foto: AFPMais
11 de abril
No dia seguinte, mais cinco horas de depoimentos de Mark Zuckerberg – desta vez na Câmara dos Deputados, onde enfrentou maior pressão e admitiu que se... Foto: ReutersMais
20 de abril
Em 20 de abril, a rede social a divulgar os novos termos de uso para seus usuários nos Estados Unidos e na Europa. Lá fora, o documento recebeu altera... Foto: AP/Jeff RobersonMais
23 de abril
Em 23 de abril, aFederal Trade Comission (FTC), órgão que regula o comércio e as empresas nos EUA, divulgou uma auditoria feita pela consultoria Price... Foto: Reuters/Stoyan NenovMais
24 de abril
O pesquisador Aleksandr Kogan veio a pública na semana de 24 de abril para falar sobre sua participação no caso. Ele pediu desculpas por seu envolvime... Foto: AP/CBS NewsMais
24 de abril, parte 2
Pela primeira vez, o Facebook divulgou as diretrizes que utiliza em algoritmos e equipe de moderadores para identificar e retirar conteúdo inadequado ... Foto: Reuters/Aaron P. BernsteinMais
Sem surpresas. Mudanças desse tipo já eram esperadas. No início do ano, Mike Schroepfer, diretor de tecnologia da rede social, disse que os desenvolvedores precisariam de permissão para executar certos tipos de aplicativos na plataforma, mas à época não entrou em detalhes.
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Durante as semanas que sucederam o escândalo do Cambridge Analytica, que coletou o uso de 87 milhões de usuários do Facebook sem o consentimento para usar em campanhas políticas como a de Donald Trump, a empresa também se pronunciou. O criador e presidente da rede social, Mark Zuckerberg, disse que a companhia iria restringir o acesso dos desenvolvedores à sua plataforma, mas evitou dizer como.
Possivelmente, Aleksandr Kogan pesquisador da Universidade de Cambridge que criou o aplicativo This is Your Digital Life usado para coletar os dados vendidos a Cambridge Analytica, não teria conseguido coletar os dados se esses termos estivessem em vigor à época.
Em depoimento a políticos britânicos, o pesquisador disse que o aplicativo indicava, explicitamente, que transferiria e venderia dados, mas que o Facebook não percebeu que isso contradizia seus próprios termos de uso.