Facebook cria termos para desenvolvedores para evitar novo escândalo de uso de dados

Rede social acrescentou novas regras em documento assinado por engenheiros responsáveis por aplicativos, mas não os avisou

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Por Redação Link
Atualização:
Mark Zuckerberg é presidente do Facebook Foto: Andrew Harnik/AP

O Facebook criou, sem avisar, novos “termos suplementares” secretos que restringem a atuação de desenvolvedores que criam aplicativos para a plataforma, segundo informou o site americano Business Insider. A medida seria uma forma encontrada pela rede social de evitar outro escândalo de dados como o que aconteceu com o Cambridge Analytica.

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Segundo a reportagem, os novos termos ajudam a rede social a policiar quais dados os desenvolvedores estão usando e assim tentar evitar o uso abusivo de informação de usuários.

Com a nova política, o Facebook tem permissão explícita para auditar quais informações os desenvolvedores estão usando, quais processos estão sendo tomados e que tipo de controle de dados eles têm.

A empresa diz ainda que os desenvolvedores não podem contradizer as políticas do Facebook e que a segurança de dados do aplicativo precisa está à altura das proteções estipulada pela rede social.

Todas essas novas medidas foram adicionadas às políticas de termo de uso da rede social, assinadas por desenvolvedores, mas que não são divulgadas publicamente.

O Facebook não comentou a reportagem do Business Insider, mas o site diz que a rede social passou a fazer uma breve explicação dos termos suplementares para os desenvolvedores que precisavam assinar o termo.

Sem surpresas. Mudanças desse tipo já eram esperadas. No início do ano, Mike Schroepfer, diretor de tecnologia da rede social, disse que os desenvolvedores precisariam de permissão para executar certos tipos de aplicativos na plataforma, mas à época não entrou em detalhes.

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Durante as semanas que sucederam o escândalo do Cambridge Analytica, que coletou o uso de 87 milhões de usuários do Facebook sem o consentimento para usar em campanhas políticas como a de Donald Trump, a empresa também se pronunciou. O criador e presidente da rede social, Mark Zuckerberg, disse que a companhia iria restringir o acesso dos desenvolvedores à sua plataforma, mas evitou dizer como.

Possivelmente, Aleksandr Kogan pesquisador da Universidade de Cambridge que criou o aplicativo This is Your Digital Life usado para coletar os dados vendidos a Cambridge Analytica, não teria conseguido coletar os dados se esses termos estivessem em vigor à época.

Em depoimento a políticos britânicos, o pesquisador disse que o aplicativo indicava, explicitamente, que transferiria e venderia dados, mas que o Facebook não percebeu que isso contradizia seus próprios termos de uso.

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