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Facebook diz que prazo dos EUA para julgamento antitruste, em 2023, é 'injusto'

O FTC propôs o início do processo contra a empresa de Mark Zuckerberg em dezembro de 2023, mas o Facebook pediu mais tempo para preparar a defesa

Por Redação Link
Atualização:
Mark Zuckerberg, presidente executivo do Facebook Foto: Aaron P. Bernstein/Reuters

Em meio a depoimentos e pressão do Senado dos EUA para intensificar o escrutínio em gigantes da tecnologia, reguladores e a Meta, holding do Facebook, não conseguiram entrar em acordo sobre quando iniciar o julgamento antitruste, resultado de um processo que transcorre na corte americana. Segundo a agência de notícias Reuters, o prazo proposto pela Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) para iniciar o processo seria em dezembro de 2023, mas o Facebook alegou que precisava de mais tempo para o julgamento.

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De acordo com um arquivamento conjunto no Tribunal Distrital dos EUA, em Washington, na terça-feira, 22, a FTC propôs uma data de início para 11 de dezembro de 2023, para permitir que a empresa pudesse reunir sua defesa, incluindo a produção de documentos e dados.

Mas representantes da holding, que inclui Facebook, Instagram e WhatsApp, chamaram o cronograma proposto de "irrealista e injusto para a Meta" e disseram que precisavam até 13 de fevereiro de 2024 para concluir o levantamento de dados.

No mês passado, um juiz dos EUA rejeitou a tentativa da empresa de mídia social de arquivar o processo do governo e disse que a FTC tinha um caso plausível que deveria permitir o prosseguimento.

A acusação afirma que o Facebook teria violado as leis de antitruste dos Estados Unidos para se tornar um monopólio das redes sociais ao comprar rivais como o WhatsApp, por US$ 19 bilhões, e o Instagram, por US$ 1 bilhão – o caso gera apreensão em investidores porque coloca em xeque as aquisições dos dois aplicativos, o que poderia caminhar para o desmembramento da empresa.

O processo é um dos maiores desafios que o governo dos EUA trouxe contra uma empresa de tecnologia como parte de um esforço maior para enfrentar o extenso poder de mercado da companhia. 

Caso longo

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Desde 2020, o governo americano vem se posicionando contra as aquisições feitas pelo Facebook. Documentos obtidos por uma investigação do Congresso dos Estados Unidos, revelados em julho de 2020, mostram que o presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, teve a intenção de comprar o Instagram para se proteger de competição no mercado. Durante uma troca de e-mails com o diretor financeiro da empresa, David Ebersman, em 2012, Zuckerberg chega a dizer que “se eles (o Instagram) crescerem em larga escala, pode ser muito prejudicial para o Facebook”. 

“Esses negócios estão começando ainda, mas as redes estão estabelecidas e as marcas já são significativas”, disse Zuckerberg na troca de emails, em referência ao Instagram e também a outra rede social, chamada Path. "Já que nosso próprio valor é bastante agressivo e que somos vulneráveis em dispositivos móveis, estou curioso para saber se devemos considerar ir atrás de um ou dois deles. O que você acha?", questionou Zuckerberg em uma mensagem a Ebersman. 

Em resposta, Ebersman pediu para o presidente do Facebook explicar a motivação por trás dessas possíveis aquisições — ele listou quatro possíveis razões consideradas em geral para comprar empresas e pediu a Zuckerberg sua opinião sobre o caso em questão. Zuckerberg respondeu que tratava-se de uma combinação de evitar competição e melhorar o Facebook. “Há um efeito de rede em torno de produtos sociais e um número finito de diferentes mecanismos sociais para inventar. Quando alguém ganha em uma mecânica específica, é difícil para outros substituir sem fazer algo diferente”./COM REUTERS 

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