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Facebook pediu para hospitais dos EUA compartilharem dados anônimos de pacientes

Empresa tentava colocar em prática projeto que permitiria à rede social fornecer 'insights' sobre comportamentos de pacientes em tratamento

Por Redação Link
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Sob pressão.Após escândalo estourar, fortuna de Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, encolheu em US$ 7,3 bilhões Foto: AP/Marcio José Sanchez

O Facebook iniciou conversas no ano passado com hospitais nos Estados Unidos sobre a possibilidade de cruzar dados de perfis de usuários com dados de saúde de pacientes, num esforço para melhorar o atendimento de saúde, de acordo com reportagem da emissora de TV americana CNBC. A rede social confirmou que estava trabalhando nisso até o mês passado, quando paralizou as conversas para na proteção de dados pessoais de seus usuários após a revelação sobre o uso ilícito de dados pela Cambridge Analytica.

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A intenção do Facebook era de convencer os hospitais a compartilhar dados anônimos dos usuários -- como problemas de saúde e idade, mas não nome -- e cruzar essas informações com contas do Facebook que fossem das mesmas pessoas. Depois, o Facebook poderia fornecer informações sobre o comportamento dos usuários: se uma pessoa tivesse, por exemplo, feito uma cirurgia e tivesse poucos amigos próximos, o hospital poderia enviar uma enfermeira para visitá-lo em casa.

Em nota enviada à CNBC, o Facebook afirmou que o projeto "não progrediu além da fase de planejamento e que não recebemos, compartilhamos ou analisamos dados de ninguém". Ao site de tecnologia The Verge, a rede social esclareceu que os dados não seriam usados para recomendações médicas personalizadas para pessoas específicas, mas o foco seria produzir insights de como os médicos poderiam levar em conta comportamentos sociais ao desenvolver tratamentos."

O caso é polêmico, pois a rede social propôs que os hospitais compartilhassem dados sem a permissão de usuários, o que configuraria grave violação da privacidade dos usuários e de pacientes. De acordo com a CNBC, a empresa estava em conversas com instituições como a Escola de Medicina de Stanford e o Colégio Americano de Cardiologia.

A presidente interina do Colégio Americano de Cardiologia enviou um comunicado à imprensa explicando que "a parceria está em fase muito inicial e que os dois lados buscavam garantir a privacidade, transparência e rigor científico" das pesquisas que seriam realizadas com os dados.

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