Facebook permitirá acesso a dados de usuários em pesquisas sobre eleições

Segundo a empresa, privacidade de usuários será garantida por contratos firmados com pesquisadores e por meio de controles

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Por Redação Link
Atualização:
Empresa cresceu 25% em número de usuários nos últimos dois anos no Brasil Foto: Bloomberg/Andrew Harrer

O Facebook concederá acesso aos dados dos 2,2 bilhões de usuários da rede social para um grupo de pesquisadores que estiverem conduzindo estudos sobre eleições. Segundo a reportagem do jornal The Wall Street Journal, a ideia é permitir que os acadêmicos identifiquem áreas de pesquisa sobre os efeitos da rede social nas eleições e na democracia.

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O acesso será administrado pelo grupo Social Science One, uma comissão independente que reúne pesquisadores, criada no começo deste ano com o auxílio de organizações sem fins lucrativos.

"Nosso objetivo é receber insights de acadêmicos, acelerar nosso trabalho para ajudar nos processos democráticos e promover a participação eleitoral no Facebook", afirmou Elliot Schrage, vice-presidente de comunicação do Facebook, em uma postagem na rede social. "Nosso plano é prover o acesso aos dados pelos pesquisadores usando os melhores controles de privacidade."

Entretanto, o próprio Facebook testemunhou no escândalo do Cambridge Analytica que parcerias com pesquisadores podem ser perigosas. O caso, divulgado em março deste ano, revelou que a consultoria usou dados pessoais de 87 milhões de usuários numa tentativa de manipular as eleições americanas em 2016. Os dados usados pela Cambridge Analítica foram inicialmente reunidos por um professor da Universidade de Cambridge. O Facebook enfrenta até hoje consequências dessa polêmica.

Acesso. Segundo Gary King, professor da Universidade de Harvard que faz parte do grupo de pesquisa, meia dúzia de pesquisadores terão amplo acesso ao banco de dados do Facebook, para determinar quais dados serão usados na pesquisas pelos acadêmicos da comissão. “Teríamos o mesmo acesso que os funcionários devem ter”, afirmou King ao jornal. 

O Facebook afirmou que os pesquisadores que terão em mãos esse banco de dados serão proibidos, por meio de um contrato, de divulgar informações sobre usuários e sobre empresa. A rede social afirmou também que os pesquisadores serão monitorados.

Defesa. Os fundadores do Social Science One disseram ao The Wall Street Journal que serão colocadas em prática algumas medidas de segurança para evitar abusos e vazamentos. A comissão se comprometeu a remover as informações com identificação pessoal dos dados enviados aos pesquisadores do grupo. Os fundadores garantiram, ainda, que os dados não vão sair dos servidores do Facebook e que a comissão vai monitorar todos os estudos que envolverem informações de usuários. 

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