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Facebook suspende empresa de análise de dados por suspeita de uso indevido

Crimson Hexagon já foi contratada pelo governo americano e ONG russa para fazer monitoramento; empresa diz que tem mais de 1 trilhão de dados de usuários de redes sociais

Por Redação Link
Atualização:
Mark Zuckerberg é presidentedo Facebook Foto: Marcio Jose Sanchez/AP

O Facebook anunciou ontem a suspensão da empresa de análise de dados Crimson Hexagon de sua plataforma. Baseada em Boston, a empresa utiliza informações da rede social e de outros serviços, como Twitter e Instagram, para ajudar governos de EUA, Rússia e Turquia para monitorar o sentimento de suas populações. 

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A rede social comandada por Mark Zuckerberg disse que não encontrou evidências de mau uso da plataforma pela Crimson Hexagon, mas decidiu encerrar o acesso aos seus dados enquanto investiga a conduta da companhia. A empresa é uma das maiores companhias da uma indústria de análise de marketing, sendo avaliada em mais de US $ 1 bilhão nos últimos anos.

É um passo cauteloso da empresa para evitar novos escândalos como o da consultoria política Cambridge Analytica, conhecida por auxiliar a campanha presidencial de Donald Trump, que teve acesso indevido a dados pessoais de 87 milhões de usuários da rede social. 

Revelado em março pelos jornais The Observer e The New York Times, o caso fez a empresa perder quase US$ 100 bilhões em valor de mercado, hoje já recuperados, e levou Mark Zuckerberg a depor por dez horas no Congresso americano. Atualmente, o Facebook ainda está sendo investigado por três agências federais dos Estados Unidos, incluindo o FBI. 

Em um comunicado público, a Crimson Hexagon disse que está "colaborando com o Facebook para mostrar que não cometeu atos ilícitos." A empresa utiliza prioritariamente dados públicos disponíveis nas rede sociais. 

Segundo o jornal The Wall Street Journal, que antecipou a decisão da rede social, um possível motivo para a suspensão é a ligação da Crimson Hexagon com uma organização russa sem fins lucrativos, a Civil Society Development Foundation, bastante próxima ao governo de Vladimir Putin. De acordo com a reportagem, a empresa pode ter sido chave ao ajudar Putin a derrubar o acesso de russos ao Twitter em 2014, por exemplo, durante uma onda de protestos no país europeu. 

Vale lembrar ainda que hoje o Facebook encontra-se no meio de uma grande controvérsia envolvendo Trump e os russos – a rede social há tempos investiga como pode ter sido utilizada por agentes do país europeu interessados em influenciar as eleições americanas de 2016. Nesta semana, quando Trump estreitou laços com o presidente russo, a polêmica voltou a ganhar força, especialmente quando o americano foi forçado a admitir, em uma rara ocasião, que pode ter sim havido influência externa no pleito em que foi vitorioso. 

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