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Facebook vai direcionar usuários para assinar jornais e revistas

Após leitura de dez notícias, usuários serão redirecionados para o site do veículo para pagar por assinatura; rede social não deve intermediar venda de assinaturas

Por Redação Link
Atualização:

O Facebook está conversando com os veículos de imprensa para limitar o número de notícias lidas gratuitamente dentro da rede social, mas não pretende intermediar as assinaturas. Com isso, a rede social não vai ficar com uma parcela do valor das assinaturas, nem vai coletar dados sobre as transações entre seus usuários e os veículos de comunicação, quando lançar sua iniciativa até o final do ano.

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De acordo com as fontes, o modelo que deve ser adotado envolverá a adoção de uum paywall, uma espécie de bloqueio que vai limitar o acesso dos usuários a dez notícias ou reportagens por mês de um determinado veículo de imprensa. Após esse período, as pessoas serão direcionadas ao site do veículo para pagar pela assinatura das notícias.

"Jornalismo de qualidade custa dinheiro para produzir e nós queremos ter certeza de que ele possa prosperar no Facebook. Como parte de nosso teste, vamos permitir que os publishers que usam o Instant Articles possam implementar um paywall, que vai levar as pessoas para seus próprios sites para fazer a assinatura e manter 100% da receita", afirmou, em nota enviada ao Recode, Campbell Brown, diretora de parcerias com mídia do Facebook.

O posicionamento do Facebook tem mudado conforme intensificam-se as conversas com os veículos de imprensa. A princípio, a rede social pensava em desenvolver um sistema de assinaturas próprio, em torno dos temas de interesse dos usuários, o que a colocaria como uma intermediárias das transações. Depois, fontes próximas ao Facebook afirmaram que a rede social ainda decidia se iria criar um paywall para bloquear a leitura de notícias após uma determinada quantidade ou se exigiria uma assinatura para permitir a leitura de alguns conteúdos específicos. Agora, ao que parece, o gigante das redes sociais optou por deixar de lado o controle sobre as transações.

Se nada mudar até o lançamento do novo modelo de assinatura de notícias do Facebook, a empresa vai adotar uma estratégia muito diferente de outras gigantes do setor, como Apple e Google. Ambos, por meio de sua loja de aplicativos, ficam com uma parcela dos gastos dos usuários ao usar aplicativos. Além disso, eles têm acesso direto aos dados relacionados às transações.

O sistema de assinaturas do Facebook pode ser o primeiro grande passo da rede social para ajudar veículos de imprensa a se manterem rentáveis na era digital. A rede social toma a medida depois de sofrer severas críticas por permitir a disseminação de notícias falsas no site, além de excessos em bloqueios de determinados conteúdos, e ter de assumir sua responsabilidade como empresa de mídia -- embora não produza conteúdos que são compartilhados na rede. Trata-se, também, do primeiro grande projeto liderado com Campbell, que deixou a emissora de TV norte-americana CNN para se juntar à rede social em janeiro.

As informações de que o Facebook estaria desenvolvendo um modelo de assinaturas começaram a surgir em junho, quando o presidente executivo da News Corp -- que publica os jornais The Wall Street Journal e The Times of London --, Robert Thomson, afirmou à agência de notícias Bloomberg que estava em conversas com o presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg

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