Facebook vai incentivar pesquisas sobre impacto de redes sociais na democracia

Empresa patrocinará formação de comitê acadêmico, que vai decidir quais pesquisas terão acesso a verba e informações de usuários da rede social; Brasil está entre as preocupações da empresa

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Por Redação Link
Atualização:
Facebook é a maior rede social do mundo Foto: Toby Melville/Reuters

O Facebook vai criar um comitê para comandar estudos sobre os impactos das redes sociais nas eleições e na democracia. A nova iniciativa foi anunciada nesta segunda-feira, 9, pelo presidente da empresa , Mark Zuckerberg e conta com o financiamento de sete fundos internacionais. A novidade aparece como uma resposta da rede social para melhorar sua imagem depois que foram comprovados que dados de seus usuários foram usados ilegalmente durante a campanha eleitoral de Donald Trump pela consultoria britânica Cambridge Analytica. 

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Segundo a rede social, a comissão será formada por acadêmicos que vai definir uma agenda de pesquisas sobre o tema, solicitar propostas de pesquisas independentes e selecionar projetos de pesquisa para receber financiamento e ter acesso a dados privados de usuários Facebook.

 “O objetivo é ver com os acadêmicos como lidar com estas questões, bem como nos responsabilidade por garantir que protegemos a integridade das próximas eleições”, disse Zuckerberg em uma publicação feita em seu perfil na rede social.

Os membros do comitê também terão acesso aos planos do Facebook para as eleições e também vão desenvolver pesquisas avaliando o impacto da rede social nos períodos eleitorais, com o objetivo de identificar e diminuir possíveis efeitos negativos da plataforma.

“Este é um novo modelo de colaboração entre investigadores e empresas, e faz parte do nosso compromisso de proteger a integridade das eleições em todo o mundo”, justificou Zuckerberg ao dizer que errou ao demorar a perceber a interferência na última eleição dos Estados Unidos.

A empresa também fez um pronunciamento oficial em seu blog a respeito do assunto: no texto, o Brasil e as eleições presidenciais de 2018 foram citados, ao lado de países como Índia e México, que também terão grandes pleitos neste ano. 

Privacidade. A rede social disse que irá redobrar a atenção quando um pesquisador pedir para ter acesso aos dados de usuários para fazer sua pesquisa. Segundo o Facebook, as propostas de acesso estarão sujeitas a revisão adicional pelas equipes de privacidade e de revisão de pesquisa da empresa, além de especialistas em privacidades que não trabalham na rede social.

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Foram escolhidos sete fundos para financiar as pesquisas: a John e Laura Arnold Foundation, o Democracy Fund, a William e Flora Hewlett Foundation, a John S. e James L. Knight Foundation, a Charles Koch Foundation, a Omidyar Network e a Alfred P. Sloan Foundation.

Segundo a empresa, tanto o Facebook quanto as fundações que financia o projeto estarão comprometidos com a transparência sobre a estrutura e adesão do comitê. A rede social disse ainda que não terá qualquer interferência nas pesquisas antes da publicação.

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