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Filipinas começa investigação sobre uso de dados de usuários do Facebook pela Cambridge Analytica

País é considerado o maior usuário de redes sociais do mundo; os filipinos foram os segundo mais afetados com o escândalo da rede social

Por Agências
Atualização:
Facebook é a maior rede social do mundo Foto: Toby Melville/Reuters

A agência de privacidade das Filipinas disse nesta sexta-feira, 13, que começou a investigar o Facebook sobre o uso indevido dos dados de 1 milhão de filipinos usuários da rede social pela empresabritânica Cambridge Analytica. O país foi o segundo mais afetado no escândalo de uso de dados, perdendo apenas dos Estados Unidos.

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Em uma carta ao fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, datada de 11 de abril, a Comissão Nacional de Privacidade (NPC, na sigla em inglês) disse que investigaria como o Facebook compartilha dados pessoais de usuários filipinos com terceiros e exige ações concretas para proteger seus direitos de privacidade de dados.

"Estamos lançando uma investigação no Facebook para determinar se há um processamento não autorizado de dados pessoais de filipinos e outras possíveis violações da Lei de Privacidade de Dados", disse na carta, disponibilizada à imprensa nesta sexta-feira, 13.

A medida faz parte de uma decisão de órgãos de privacidade da União Europeia que estão examinando mais profundamente a coleta de dados pessoais em redes sociais para fins econômicos ou políticos.

Os filipinos estão entre os usuários de rede social mais ativos do mundo, gastando em média mais de quatro horas por dia em plataformas como o Facebook.

Um porta-voz da rede social disse que a empresa está empenhada em proteger as informações das pessoas e está colaborando com as investigações das Filipinas.

Entenda. O Facebook admitiu que dados pessoais de quase 87 milhões de usuários foram acessados ​​indevidamente pela Cambridge Analytica, que contou a campanha eleitoral do presidente dos EUA, Donald Trump, entre seus clientes.

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Um jornal de Hong Kong disse que várias pessoas envolvidas na campanha eleitoral do presidente Rodrigo Duterte em 2016 se reuniram em 2015 com Alexander Nix, o agora suspenso executivo-chefe da Cambridge Analytica.

Essas autoridades disseram que a reunião com Nix aconteceu durante o almoço em um seminário de tecnologia da informação em Manila e que não houve contato desde então.

O porta-voz do presidente disse na terça-feira, 10, que a campanha eleitoral de Duterte não dependia de informações compradas de ninguém, nem contratou os serviços da Cambridge Analytica.

Duterte aproveitou com sucesso o insaciável apetite dos filipinos pelas mídias sociais para ajudá-lo a vencer uma eleição de 2016 por uma enorme margem.

Seu escritório usa as mídias sociais com entusiasmo, cortejando blogueiros populares, em alguns casos, contratando-os, para promover Duterte e desacreditar seus oponentes, e ampliando a mensagem através de “compartilhamentos” e “curtidas”.

Duterte, no entanto, disse que não precisa de mídia social e, na sexta-feira, negou qualquer vínculo com a Cambridge Analytica. “Por que vou pagar esses idiotas da Cambridge para trabalhar na minha campanha? Eu poderia ter perdido com isso”, disse Duterte a repórteres.

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