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Funcionários do Facebook agora são chamados de ‘metaparças’

Com a mudança de nome do Facebook, é assim que seus funcionários serão conhecidos, disse a empresa

Por Mike Isaac e Sheera Frenkel
Atualização:
Mark Zuckerberg, presidente da Meta, anuncioua mudança de sua empresa para o metaverso em outubro Foto: Meta

Os funcionários do Google são chamados de “googlers”. Os da Amazon são conhecidos como “amazonians”. E os do Yahoo, eram os “yahoos”.

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Então, ficou um mistério no ar para saber como se referir aos funcionários do Facebook, há muito conhecidos como “facebookers”, quando a empresa passou a se chamar Meta no ano passado.

A terminologia não é mais a questão agora. Na reunião de terça-feira, Mark Zuckerberg, o fundador do Facebook e presidente da Meta, anunciou um novo nome para os funcionários da empresa: “metamates” (algo como, colegas da Meta — ou metaparças).

Zuckerberg apresentou o termo como parte de uma revisão dos valores corporativos da Meta, que, segundo ele, precisavam ser atualizados devido ao novo rumo da empresa. Em outubro, ele pegou muitos de surpresa ao direcionar o Facebook para o chamado metaverso, no qual diferentes plataformas de computação estão conectadas umas às outras pela internet. A mudança diminui a ênfase nos aplicativos de redes sociais da empresa, como Facebook, Instagram e WhatsApp, que têm estado sob escrutínio por problemas com dados e privacidade dos usuários, conteúdos de ódio e desinformação.

E quanto aos antigos valores do Facebook como “Seja ousado” e “Foque no impacto”? São coisas do passado. No lugar deles agora estão: “Viva no futuro”, “Construa coisas incríveis”, “Foque no impacto de longo prazo” e “Meta, metaparça e eu”, disse Zuckerberg na terça-feira.

“Sempre acreditei que, para que os valores sejam úteis, eles precisam ser ideias com as quais boas empresas possam discordar razoavelmente ou enfatizar de forma diferente”, escreveu ele em um post em sua página no Facebook. E acrescentou: “Acho que esses valores captam como devemos agir como empresa para fazer algo muito interessante com a nossa visão”.

As empresas do Vale do Silício há muito têm seus próprios jargões e culturas. Lemas corporativos como “Não seja mau”, “Inovação leva à inovação” e “Mexa-se rápido e quebre tudo” existem aos montes. A Palantir, empresa de software de big data, chegou a até mesmo estampar camisetas para funcionários com o slogan “Save the Shire” (Proteja o condado), uma referência ao “Senhor dos Anéis”. Tudo isso serve como material para paródias do mundo da tecnologia como a série da HBO “Silicon Valley”.

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Para Zuckerberg, os valores mais recentes representam uma espécie de recomeço para sua empresa, embora o metaverso esteja longe de estar pronto. Mas os funcionários da Meta receberam o reposicionamento com reações diferentes.

Em alguns fóruns internos, centenas deles aprovaram as mudanças com emojis de coração. No entanto, em mensagens de bate-papo privadas, longe dos olhos dos gestores, alguns profissionais expressaram mais ceticismo.

“Como isso vai mudar a empresa? Não entendo a mensagem”, escreveu um engenheiro em um bate-papo privado visto pelo jornal americano New York Times. “Continuamos mudando o nome de tudo, e isso é confuso.”

Outro funcionário disse que ser um “metaparça” o fazia pensar em velejar. “Isso significa que estamos em um navio afundando?”, escreveu o profissional.

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Outros disseram que os novos slogans tinham uma “inspiração militar” ou davam a sensação de ser “uma engrenagem em uma máquina”, segundo postagens de funcionários analisadas pelo Times. E no Twitter, um profissional da Meta zombou dos novos valores, substituindo-os por “conforme” e “obedeça”. Mas rapidamente apagou a mensagem.

A Meta não quis se pronunciar a respeito dos posts dos funcionários.

O apelido “metamate”, em sua versão original, foi dado por Douglas Hofstadter, professor de ciência cognitiva na Universidade Indiana e autor do livro vencedor do Prêmio Pulitzer “Gödel, Escher, Bach: um entrelaçamento de gênios brilhantes". Em um tuíte, Andrew Bosworth, diretor de tecnologia da Meta, disse que um funcionário tinha entrado em contato por e-mail com Hofstadter pedindo ideias para um novo jeito de chamar os profissionais da empresa.

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Por e-mail, Hofstadter disse que tinha originalmente sugerido “teammate” (colega de time) para descrever os profissionais da Meta, pois metade das palavras em inglês correspondem a um anagrama de Meta. Em outro e-mail, ele recomendou “metamate” como uma alternativa. E disse que não sabia que a empresa tinha adotado a segunda sugestão.

“Por falar nisso, não uso Facebook e nunca usei”, escreveu. “Na verdade, evito todas as redes sociais. Não fazem meu estilo de jeito algum. Mas e-mails eu uso mesmo!”

Em sua publicação no Facebook, Zuckerberg aconselhou os funcionários a serem pacientes com todas as mudanças da empresa. Um dos novos valores da empresa os instrui a “focar no impacto de longo prazo” enquanto o Facebook faz sua transição para o metaverso.

“Devemos aceitar os desafios que serão os mais impactantes, mesmo se os resultados finais demorarem anos para serem vistos.”/TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

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