O Google está mais uma vez na mira da União Europeia: reguladores antitruste abriram nesta terça-feira, 22, uma investigação que vai avaliar se o negócio de publicidade digital da empresa distorce a concorrência.
A Comissão Europeia afirmou que investigará se o Google obtém vantagens indevidas no mercado ao restringir o acesso de terceiros a dados de usuários para fins publicitários em sites e aplicativos – os reguladores querem entender se a empresa reserva essas informações para seu próprio uso.
"Estamos preocupados com o fato de o Google ter tornado mais difícil para os serviços rivais de publicidade online competir no mercado de tecnologia de anúncios", disse em comunicado Margrethe Vestager, chefe antitruste da União Europeia.
O Google obteve US$ 147 bilhões em receita com anúncios online no ano passado, mais do que qualquer outra empresa no mundo – os anúncios no buscador, no YouTube e no Gmail respondem pela maior parte das vendas e lucros da companhia. Além disso, cerca de 16% da receita vieram de seu negócio de display ou rede, no qual outras empresas de mídia usam a tecnologia do Google para vender anúncios em seus sites e aplicativos.
De acordo com a empresa de pesquisa de mercado eMarketer, o Google teria controle sobre 27% dos gastos globais com publicidade online deste ano.
Em resposta à investigação, o Google afirmou que vai contribuir com a Comissão Europeia no caso. “Milhares de empresas europeias usam nossos produtos de publicidade para alcançar novos clientes e financiar seus sites todos os dias. Eles os escolhem porque são competitivos e eficazes", disse um porta-voz do Google.
Segundo a Comissão, a investigação também analisará o plano do Google de bloquear cookies do navegador e também de parar de rastrear usuários do Android por meio de identificadores de publicidade.
Na última década, o órgão de concorrência da UE já aplicou multas contra o Google que somam € 8,25 bilhões – os casos envolveram compras online, smartphones Android e publicidade online.