Google enfrenta primeira investigação por conta da lei de dados da UE

Depois de sofrer inquéritos antitruste na UE, Google pode ser investigado nos EUA

A Comissão de Proteção de Dados da Irlanda abriu uma investigação contra o Google nesta quarta-feira, 22, sobre uso de dados pessoais de usuários para direcionamento de anúncios. É o primeiro grande impasse da gigante de tecnologia com reguladores europeus por conta da lei de privacidade da União Europeia, a GDPR.

Segundo a autoridade, a medida é resultado de um número de reclamações contra a empresa. Essas questões começaram a surgir em setembro do ano passado, quando a empresa de busca Brave disse que o sistema de anúncios do Google viola as regras da GDPR. A Brave argumenta que quando uma pessoa visita um site, dados pessoas que descrevem o hábito dos usuários na internet são enviados a empresas sem consentimento, para direcionamento de anúncios.

A autoridade irlandesa afirmou que a investigação vai analisar se as práticas do Google violam ou não a GDPR. O órgão disse anteriormente este mês que tem 51 grandes investigações em andadamento, sendo 17 delas relacionadas a grandes empresas, como Twitter, LinkedIn, Apple. Várias investigações são direcionadas ao Facebook, incluindo seus aplicativos Instagram e WhatsApp.

De acordo com as regras da lei de privacidade europeia, os reguladores podem impor multas que correspondem em até 4% do faturamento da empresa em questão. O objetivo da legislação é garantir que usuários europeus tenham maior controle sobre os seus dados que são usados por empresas de tecnologia.

Quando a legislação foi anunciada, em maio do ano passado, o Google disse que já tinha fortes proteções de privacidade mas que iria se adequar às exigências da GDPR.

"A ação da Comissão Irlandesa de Proteção de Dados sinaliza que agora – quase um ano após o lançamento do GDPR – está ocorrendo uma mudança que vai além do Google", disse o diretor de política da Brave, Johnny Ryan, em comunicado nesta quarta-feira, 22.

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