O Google anunciou para quais projetos vai destinar seus investimentos de inteligência artificial nos próximos anos. A publicação é assinada pelo presidente da empresa Sundar Pichai e foi divulgada na última quinta-feira, 8, no blog da empresa.
Pichai diz que a empresa não investirá mais em aplicações da inteligência artificial que causam danos físicos, que se liguem à vigilância "violando normas internacionalmente aceitas de direitos humanos" ou que apresentem maior "risco material de dano" do que benefícios compensatórios.
O executivo também anunciou que o programa que ajuda militares americanos a criar armas de inteligência artificial será descontinuado. Atualmente o Google é responsável por um sistema inteligente que identifica ataque de drones. Com a tecnologia, a eficiência do processo é melhor do que a feita por militares especialistas.
A expectativa é que o Google honre seu compromisso com o projeto até ano que vem. A decisão acontece em meio a uma pressão de 4,6 mil funcionários que pediram ao Google para cancelar o acordo com o Exército. Dessa mobilização, ao menos 13 funcionários renunciaram nas últimas semanas como protesto.
Apesar da descontinuação do projeto, a empresa disse que vai continuar oferecendo tecnologias para o serviço militar americano. O Google, por sua vez, buscará contratos governamentais em áreas como segurança cibernética, recrutamento militar e busca e resgate.
O Google também pediu aos funcionários e clientes que desenvolvem inteligência artificial "para evitar impactos injustos sobre as pessoas", particularmente em relação a raça, gênero, orientação sexual e crença política ou religiosa.
A empresa recomendou ainda que os desenvolvedores evitem lançar programas de IA que possam causar danos significativos se forem atacados por hackers, porque os mecanismos de segurança existentes não são confiáveis.