Google tenta usar leilão para evitar pagar multa na Europa

Gigante de buscas propôs leiloar as posições em que os sites concorrentes de comparação de preços apareceriam no Google Shopping

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Por Agências
Atualização:
Multa divulgada pela UE é valor recorde entre sanções relacionadas a abuso de posição dominante Foto: Dado Ruvic/Reuters

Para se adequar às exigências feitas pela União Europeia, o Google se ofereceu para “leiloar” quaisquer posições em sua ferramenta de preço feitas por sites rivais em seu serviço conhecido como Google Shopping. O gigante das buscas submeteu a proposta à Comissão Europeia em 29 de agosto, mas os competidores do Google têm rejeitado a proposta, segundo apurou a agência de notícias Reuters. Com a medida, o Google tenta evitar uma série de multas impostas pela comissão antitruste da Europa.

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Em junho, o Google foi multado em € 2,4 bilhões pela Comissão Europeia por favorecer sua ferramenta de compras online e ainda pode ter que pagar mais milhões de euros em novas multas em outros processos semelhantes.

A oferta não é exatamente nova. Há três anos, a empresa fez uma oferta similar para tentar selar um acordo e encerrar a investigação da Comissão Antitruste e evitar uma multa. Na ocasião, a proposta foi criticada pelos rivais, que não aceitaram o acordo. Na primeira proposta, o Google iria reservar os dois primeiros lugares na lista de patrocinados para os seus próprios anúncios.

Já na nova oferta, a empresa promete um preço base que seria o valor de suas propagandas menos o custo operacional. Segundo as fontes ouvidas pela Reuters, no entanto, a proposta não atende aos pré-requisitos estabelecidos pela Comissão Regulatória.

"É de exclusiva responsabilidade do Google garantir o cumprimento da decisão antitruste da Comissão, e a empresa precisa dar satisfações de como pretende fazê-lo", disse o porta-voz da Comissão Europeia, Ricardo Cardoso. O Google, em contrapartida, não comentou o assunto.

O site de comparação de preços do Reino Unido Foundem, cuja queixa desencadeou a investigação da UE em 2010, rejeitou a proposta do leilão. "A menos que o Google se ofereça para separar seus negócios e de pesquisa especializada, a inclusão dos sites concorrentes de comparação de compras em um leilão para comprar por colocações simplesmente criaria uma barreira anti-competitiva adicional", afirmou a empresa.

O Google tem até 28 de setembro para parar suas práticas anticoncorrenciais ou a holding Alphabet, que controla o Google, poderá ser multada em até 5% do seu volume de negócios diário — cerca de US$ 12 milhões por dia, com base no volume de US$ 90,3 bilhões da Alphabet em 2016.

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