Huawei cresce pouco no 3º tri, afetada por restrições dos EUA
Com cada vez mais restrições impostas pelos Estados Unidos e sem utilizar aplicativos Google, a fabricante chinesa Huawei registrou pela primeira vez em quatro anos um crescimento de menos de 10% em receita
23/10/2020 | 10h28
Por Agências - Reuters
A margem de lucro líquido dos nove primeiros meses do ano foi de 8%, contra 8,7% no mesmo período de 2019, disse a Huawei
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A fabricante chinesa Huawei registrou uma desaceleração no crescimento de receita no terceiro trimestre deste ano, um impacto provocado pelas restrições de negócios impostas pelos Estados Unidos e também pelo cenário de crise em meio à pandemia de covid-19. Os resultados financeiros foram anunciados pela empresa nesta sexta-feira, 23.
Indicando o fim de pelo menos quatro anos seguidos de expansão de dois dígitos, a receita da Huawei cresceu 9,9% entre janeiro e setembro de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior, para US$ 100,4 bilhões, disse a empresa, sem detalhar a receita de cada segmento. A margem de lucro líquido dos nove primeiros meses do ano foi de 8%, contra 8,7% no mesmo período de 2019.
O número chega um dia depois de a fabricante de equipamentos de telecomunicações anunciar o novo smartphone de sua linha principal, o Mate 40, potencialmente o último que utiliza o sistema operacional Android, que é mais dependente da tecnologia dos EUA.
Os EUA neste ano efetivamente cortaram o acesso da Huawei a softwares e equipamentos de fabricação de chips do país, seguindo medidas semelhantes em maio de 2019 que estão gradualmente entrando em vigor.
A linha de chips Kirin da empresa, desenvolvida internamente, que ajudou a alavancar a empresa para o topo do mercado global de celulares, também está em xeque. No início deste ano, o presidente executivo do grupo de negócios ao consumidor, Richard Yu, disse que as restrições dos Estados Unidos significavam que a Huawei iria parar de produzir chips Kirin. Analistas esperam que seu estoque de chips se esgote no próximo ano.
O novo Mate 40, que custa € 899 na versão light, vem equipado com o chipset Kirin 9000, que utiliza o processo de produção de 5nm, que apenas a Apple e a Qualcomm foram capazes de usar em grande escala.
Mo Jia, analista do setor de smartphones na empresa Canalys, disse que o Mate 40 provavelmente venderá bem na China, embora as vendas totais sofram com problemas na cadeia de fornecimento. "A Huawei não terá dificuldade para vender a série Mate 40, já que a maior parte da remessa irá para a China", disse Jia. "Mas ela só pode produzir unidades limitadas com a série Kirin 9000, o que afetará o número de unidades do Mate 40 que ela pode enviar."
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