Intel tem nova liderança no Brasil

Há 17 anos na empresa, diretor de vendas Mauricio Ruiz é o novo diretor-geral da Intel no País; executivo tem como desafio expandir áreas como Internet das Coisas e datacenters

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Por Bruno Capelas
Atualização:
Maurício Ruiz, novo diretor-geral da Intel no Brasil. Foto:

A Intel tem um novo chefe no Brasil: nesta terça-feira, 13, a empresa divulgou que seu atual diretor de vendas, Mauricio Ruiz, vai assumir o cargo de diretor-geral da Intel no Brasil. Há 17 anos na companhia, Ruiz vai suceder David González, que estava à frente da operação brasileira desde 2014 e agora ocupará um cargo na matriz da companhia. Formado em Ciências da Computação, Ruiz assume a companhia com um grande desafio: ajudar a Intel a seguir em frente em temas como computação em nuvem e Internet das Coisas, vistas como potenciais fontes de renda. 

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Além disso, o executivo precisará manter a empresa faturando no seu segmento mais tradicional – o da venda de chips e processadores para computadores. Responsável por 54% da receita global da Intel entre abril e junho de 2016, o mercado de computação deve ter queda de 3% nas vendas globais este ano, segundo dados da consultoria Gartner. 

No Brasil, o setor teve seu pior resultado em dez anos. “O mercado de PCs está em declínio. Não vamos deixar de investir no setor, mas precisamos procurar novas fontes de receitas baseadas em tendências”, avalia Ruiz. “O consumidor confia na Intel. Queremos levar essa confiança para o mundo da Internet das Coisas e dos vestíveis.”

Para o novo diretor-geral da Intel no Brasil, um dos passos nessa estratégia é o de mudar a percepção geral que as pessoas têm da empresa – há quem lembre da Intel ainda pelos processadores Pentium, líderes de mercado nos PCs durante os anos 1990 e 2000. “Naquela época, o foco da nossa comunicação é na performance. Agora, queremos mostrar as grandes experiências que a pessoa ou a empresa pode ter baseada na nossa tecnologia”, explica o executivo, que já passou pelas áreas de engenharia e arquitetura de soluções, além de vendas e mercado corporativo. 

Preparar o consumidor brasileiro para receber tendências é também uma das metas de Ruiz: além de educar o varejo para lidar com novidades como drones, realidade virtual e vestíveis, o executivo diz que também planeja agir junto ao governo na regulamentação e padronização de tecnologias. “Nossa meta é não perder vários anos resolvendo questões regulatórias, mantendo o Brasil na vanguarda da tecnologia”, diz o executivo. Como exemplo, Ruiz cita o 5G – tecnologia de conectividade de quinta geração –, que deve ser padronizado em 2020 e é citadopor especialistas como passo imprescindível para a popularização da Internet das Coisas em todo o mundo. 

No segmento corporativo, Ruiz vê a Intel crescendo em importância nos próximos anos. “Podemos ajudar empresas, bancos e governos a se posicionarem em tecnologia, auxiliando na implementação e apresentando parceiros”, diz. Além do negócio de servidores e de computação em nuvem, ele crê que a tecnologia se torna cada vez mais presente nas atividades cotidianas de corporações. “No futuro, seremos cada vez menos uma empresa ligada ao setor de TI dos nossos parceiros, e mais uma empresa conectada aos negócios deles”. 

Transformar a visão da empresa tem sido uma das grandes metas de Brian Krzanich, presidente executivo da Intel, no cargo desde 2013. Às vezes, no entanto, a transformação passa por fazer cortes: em maio deste ano, a empresa demitiu 12 mil funcionários em todo o mundo. “O conhecimento para indústria de PCs é diferente do conhecimento para vender data centers. O negócio se torna diferente, e isso faz parte do processo”, explica Ruiz. “No Brasil, passamos pela mesma avaliação, olhando para pessoas que podem ser realocadas e ocupar novas vagas.”

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Céu azul. Para o executivo, no entanto, o momento no País ajuda na tarefa de assumir o cargo de liderança. “Quando González assumiu, em 2014, tudo o que a gente via no Brasil eram nuvens negras”, avalia Ruiz. “Ainda temos que avançar em vários aspectos, mas começamos a ver o céu ficando azul em alguns pontos. Isso melhora a relação dentro da empresa e também com os nossos parceiros comerciais.”

De acordo com o executivo, há oportunidades muito interessantes para a Intel no desenvolvimento de soluções de Internet das Coisas no Brasil. “É um setor que tem a beleza de poder ser mais local. O Brasil tem hoje diversas carências na área de serviços ao cidadão, que podem ser muito bem conectados de forma simples, especialmente em áreas como saúde e trânsito”, avalia. 

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