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‘Irmão’ do TikTok chega ao Brasil com algoritmo focado em música

Com promoção, Resso chega ao País para brigar com Spotify, Deezer e outras plataformas de streaming

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Por Guilherme Guerra
Atualização:
O Resso aposta em recomendação de músicas e playlists personalizadas em modelo similar ao TikTok, ambos controlados pela chinesa ByteDance Foto: Divulgação/Resso

Aplicativo chinês de streaming de música, o Resso vem para o Brasil para desafiar gigantes do mercado mundial, como o sueco Spotify, o americano Apple Music e o francês Deezer. Mas conta com um diferencial: o sucesso do “irmão mais popular”, o TikTok — ambos são controlados pela empresa ByteDance

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Assim como no app de vídeos virais, o Resso traz a famosa navegação na vertical infinita e um algoritmo de recomendação afiado para descobrir o gosto musical do usuário. Depois de indicar alguns artistas e gêneros favoritos ao logar pela primeira vez, a experiência é simples: se gostou, ouça até o final. Do contrário, basta rolar o dedo para baixo em busca da próxima canção. Em questão de poucos minutos, o aplicativo entende o que quer o freguês, criando playlists personalizadas com bastante precisão. 

“Nós falamos há anos que precisamos personalizar os serviços de streaming de música. E o Resso faz isso, porque é poderoso na recomendação de coisas novas”, conta ao Estadão o executivo Thiago Ramazzini, chefe de relações com a indústria de música do Resso no Brasil, em primeira entrevista à imprensa brasileira. A empresa possui um escritório em São Paulo desde agosto de 2020, quando começou as operações de teste no Brasil — mas não revela número de funcionários atualmente. 

Faz sentido a aposta no mercado brasileiro: o TikTok, com seu algoritmo esperto, já desempenha um papel importante na indústria da música brasileira, determinando novos hits. O serviço também divide com o irmão mais famoso uma parte “social”. “Nosso usuário deixa de ser passivo e passa a controlar o uso, porque ele interage com seguidores e artistas, faz comentários, dá curtidas e compartilha letras”, explica Ramazzini.

O aplicativo também aposta no preço para fisgar o consumidor brasileiro. A assinatura do Resso custa R$ 17 ao mês (estudantes pagam R$ 8,50), enquanto o plano familiar, para até 6 pessoas, sai por R$ 27 mensais. Em promoção a partir desta sexta-feira, 24, o usuário pode adquirir o plano anual individual sai por 50% de desconto, por R$ 100 — esse valor é temporário e segue até dia 10 de outubro. No plano gratuito, o usuário recebe anúncios publicitários, não pode baixar músicas para ouvir sem conexão de internet e tem menor qualidade de áudio.

Abaixo, leia alguns trechos da entrevista.

Como o Resso é diferente de outros streamings de música?

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Temos uma  inovação na parte social. Temos os players com entrega de música e recomendação. Mas nosso usuário deixa de ser passivo e passa a controlar o uso do aplicativo. Ele interage com a base de seguidores e de artistas, faz comentários, dá curtidas e compartilha letras. Falamos há anos que precisamos personalizar os serviços de streaming de música, e é isso que fazemos. O meu aplicativo é diferente do de outras pessoas porque é a partir da interação que meu gosto chega a você por playlist, rádio ou álbum. É poderoso na recomendação de coisas novas. O aplicativo sempre sugere recomendações e de algo que gosto, ele acerta bem.

Como funciona o algoritmo?

É mais rápido do que os de outros serviços para reconhecer o gosto do usuário. Em poucos dias, o Resso já reconhece seu gosto e sabe o que recomendar. Utilizamos curtidas, comentários, downloads e outras coisas para poder entregar o que o cliente gosta. Sempre tentamos deixar tudo a um clique de distância.  Em um serviço desse tipo, a pior coisa que pode acontecer é entregar algo de um artista ou de gênero de que não gosta.

O mercado se divide entre uso de algoritmo e de curadoria humana nas plataformas, como Spotify e Apple Music. Como é no Resso?

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O aplicativo usa uma inteligência própria para recomendar conteúdos. É diferente do editorial, em que temos equipes que fazem a gestão de conteúdo com artistas específicos. Mas o produto é inteligente e consegue fazer a recomendação de playlist e artistas. Não existe dependência da gente para sugestões. E quanto mais consumir conteúdo, mais refinado fica a recomendação.

Como foi trazer o catálogo de vários artistas para o aplicativo?

Os acordos de direitos autorais são com toda a indústria. Temos grandes gravadoras, mas também distribuidores pequenos. Não pode faltar nenhum artista e por isso temos um catálogo completinho. Fizemos questão de ter isso completo antes de lançar o aplicativo. O Resso quer dar voz para todo mundo e fazemos questão de ter todos os artistas.

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Como planejaram a chegada do Resso ao Brasil?

O Brasil é um país muito musical. A região que mais cresce é a América Latina e tem dois grandes países, sendo um deles o Brasil. É normal olhar para o Brasil e ver um mercado com muito artista despontando, com imensa diversidade em todas as regiões. Tudo isso mostra para a companhia que é um mercado em que temos que focar. E não é um teste.

Quem é o usuário que vocês querem nesse início?

Queremos todo mundo, mas é difícil focar em todos. O Resso tem apelo muito grande para a geração Z e os millennials. São dois públicos que consomem conteúdo e se entregam muito a ele. Eles escutam a música e dizem se gostaram ou não, algo que faz parte do Resso.

Em que lugar o aplicativo quer estar daqui a um ano?

A grande meta é ser o líder do mercado no Brasil. Não quero parecer arrogante, mas, por focarmos muito no produto no último ano, já chegamos a níveis de audiência muito grande. O grande objetivo é ser o líder do mercado para o Brasil.

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