'Já fiz dinheiro suficiente'; diz criador do Facebook

Arnold Schwarzenegger, o físico Stephen Hawking e a fundadora do Huffington Post, Arianna Huffington, fizeram perguntas a Mark Zuckerberg

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Por Redação Link
Atualização:

AP

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Mark Zuckerberg reservou uma hora da sua semana para responder a perguntas aleatórias de seus seguidores no Facebook – no caso, a sua rede social. Bem, elas não eram exatamente aleatórias. Isso porque algumas celebridades – não coincidentemente – também participaram do Q&A; entre elas, o ator Arnold Schwarzenegger, o físico Stephen Hawking e a editora do Huffington Post Arianna Huffington.

Ao todo, foram quase 50 mil participações em seu post entre perguntas, comentários e banalidades. Alternando momentos profundos, abstratos e de pura zoeira, Zuckerberg deixou claro que tem muito mais dinheiro do que você vai juntar em toda uma vida, disse que se o Facebook desaparecer ele faz outro logo no dia seguinte, demonstrou interesse em saber como o cérebro funciona e comparou seu cachorro a um esfregão.

Os melhores trechos dessa conversa você confere abaixo:

Quando perguntado sobre o que o motivou a se dar um salário de US$ 1

“Já fiz dinheiro suficiente. Agora, estou focado apenas em garantir que eu possa fazer o máximo possível de bem com o que tenho. A melhor maneira de eu fazer isso é através do Facebook – permitindo que as pessoas compartilhem e conectando o mundo. Estou focado também em meu trabalho de filantropia em educação e saúde fora do Facebook. Muitas pessoas morrem desnecessariamente e não ganham as oportunidades que merecem. Há muitas coisas que precisam ser consertadas e eu tenho sorte de poder trabalhar para arrumar algumas.”

Zuck, o que faria se um dia o Facebook sumisse?

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“Eu o construiria ;)”

Quando o Exterminador do Futuro (a.k.a Arnold Schwarzenegger) falou sobre a importância de se exercitar e concluiu a pergunta com ‘Aliás, as máquinas vencerão?’

“Manter-se em forma é muito importante. Para fazer qualquer coisa bem é preciso energia, e você só tem energia quando se exercita. Eu me esforço para malhar três vezes por semana – normalmente é a primeira coisa que faço pela manhã. Eu também tento passear com meu cachorro sempre que posso, o que ainda é engraçado porque é como ver um esfregão correr. E não, as máquinas não vencerão :)”

Quando Stephen Hawking zerou o Q&A e disse querer ver uma ‘teoria unificada sobre a gravidade e outras forças’ no futuro e perguntou o que Zuckerberg queria saber da ciência

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“Esta é ótima pergunta! Tenho mais interesse em questões relativas a pessoas. O que vai nos permitir viver para sempre? Como curamos todas as doenças? Como o cérebro funciona? Como o aprendizado funciona e como podemos permitir que a humanidade possa aprender um milhão de vezes mais? Tenho curiosidade também sobre se há uma lei fundamental na matemática sob os relacionamentos humanos que determina o balanço sobre quem e o que mais nos importamos. Eu acredito que exista.”

Para Arianna Huffington, sobre o futuro da relação do Facebook com notícias

“Acho que veremos algumas tendências envolvendo riqueza de conteúdo e velocidade/frequência. Sobre conteúdo, estamos vendo conteúdos online cada vez mais ricos. Em vez de textos e fotos, vemos mais e mais vídeos. Isso vai continuar no futuro e veremos mais conteúdo imersivo como realidade virtual”, disse. Aqui uma pausa para lembrar que o Facebok pagou US$ 2 bilhões pela Oculus Rift no ano passado.

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“Sobre velocidade/frequência [de publicação], veículos tradicionais estão limitadas, mas este modelo se dedica muito em nos informar sobre coisas importantes que acontecem o tempo todo. Há um espaço importante para empresas de notícia que podem entregar notícias menores mais rapidamente e mais frequentemente. Isso não vai substituir o formato mais longo e que demanda mais pesquisa, e eu não estou se alguém já dominou este modelo ainda.”

Sobre um possível papel a ser desempenhado pelo Facebok no futuro

“Há algumas tendências na comunicação humana que esperamos desenvolver”, começa Zuckerberg. Ele cita inicialmente a evolução das formas utilizadas pelas pessoas para compartilhar coisas, de texto, passando por fotos, vídeos, quase chegando em realidade virtual e potencialmente se encaminhando para “experiências sensoriais e emocionais com pessoas quando quisermos”.

Ele fala também sobre frequência de comunicação, que evoluiu da necessidade de se encontrar pessoalmente, passou por telefones, computadores, celulares e se aproxima do uso de dispositivos de realidade aumentada (que pode projetar alguém virtualmente na sua frente, como um holograma).

“Um dia, eu acredito que seremos capazes de enviar pensamentos completos entre nós usando tecnologia. Você será capaz de pensar sobre algo e seus amigos imediatamente poderão ter a mesma experiência que você, caso queira”, disse.

Sobre o Facebook e a humanidade nos próximos 10 anos

“Eu espero que melhoremos muito a forma como o mundo se conecta”, disse Zuckerberg e começou a listar algumas coisas que eles têm feito.

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A primeira é o Internet.org, projeto que visa “levar acesso à internet ao redor do mundo” o que teria o potencial de melhorar a condição de vida de pessoas em situação de pobreza. “Pesquisas mostraram que a cada 10 pessoas que ganham acesso à internet, uma deixa sua condição de pobreza. Então se conectarmos 4 bilhões de pessoas hoje offline, podemos tirar 400 milhões da pobreza. Essa é possivelmente uma das maiores coisas que podemos fazer no mundo.”

Em seguida, citou sua aproximação no desenvolvimento em torno de coisas relacionadas a inteligência artificial (AI) – que parte do princípio de que deixando máquinas mais inteligentes, nossa vida melhora – e realidade virtual (VR), que considera “a maior plataforma computacional e de comunicação depois dos celulares”. E encerrou dizendo que está “muito empolgado com o futuro”.

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