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Jack Ma, dono da AliExpress, perde o título de mais rico da China

Fundador do Alibaba foi ultrapassado pelos fundadores da Tencent, Spring e Pinduoduo; fundador do TikTok aparece entre os cinco mais ricos do país pela primeira vez

Por Agências
Atualização:
Depois de criticar reguladores financeiros no ano passado, Ma ficou três meses sem aparecer publicamente na China Foto: Maxim Shemetov/Reuters

O dono da AliExpress e fundador do Alibaba, Jack Ma, perdeu o título de homem mais rico da China, segundo ranking publicado nesta terça-feira, 2, em meio ao escrutínio de seus negócios por reguladores chineses.

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Ma e sua família ocuparam o primeiro lugar entre os mais ricos da China na Hurun Global Rich List em 2020 e 2019, mas agora estão em quarto lugar atrás de Zhong Shanshan, da fabricante de água engarrafada Spring; de Pony Ma, da Tencent Holding, e de Collin Huang, da empresa de ecommerce Pinduoduo, mostrou a lista mais recente. 

A queda de Ma ocorre "depois que os reguladores da China frearam o Ant Group e o Alibaba com questões antitruste", disse a reportagem da Hurun. Os problemas recentes do executivo foram desencadeados por um discurso em outubro, no qual ele atacou o sistema regulatório da China, o que acarretou na suspensão da oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) de US$ 37 bilhões do Ant Group, unidade financeira do Alibaba.

Em outubro de 2020, o fundador do Alibaba e acionista controlador do Ant fez um discurso controverso em um fórum financeiro em Xangai, com críticas a reguladores por supostamente atrapalharem a inovação financeira e tecnológica. As declarações enfureceram a liderança chinesa e levaram o presidente Xi Jinping a decidir pessoalmente cancelar o IPO de ações do Ant Group, que estava prestes a ser realizada em Hong Kong e Xangai.

Dias antes do discurso, quatro reguladores chineses haviam convocado Ma e outros dois executivos do Ant Group para uma reunião a portas fechadas, no início de novembro. O Ant Group foi forçado a desistir de seu IPO, que poderia fazer o valor de mercado da gigante financeira bater os US$ 300 bilhões.

Os reguladores, desde então, reforçaram o escrutínio antitruste no setor de tecnologia daquele país, com o Alibaba ocupando grande parte dos holofotes. Em dezembro, o regulador de mercado abriu investigação antitruste envolvendo o Alibaba. Os reguladores chineses também começaram a apertar seu controle sobre o setor de fintech e pediram à Ant para converter alguns de seus negócios em uma holding financeira a ser regulamentada como as instituições financeiras tradicionais.

A ação marcou uma mudança de postura de Pequim, que por anos evitou regular o comércio eletrônico doméstico. Em um editorial, o Partido Comunista afirmou que “se monopólios forem tolerados, eempresas se expandirem desordenadamente, a indústria não se desenvolverá de maneira saudável e sustentável”. 

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Ma, que não é conhecido por se esquivar dos holofotes, não apareceu publicamente por cerca de três meses, gerando especulações sobre seu paradeiro. Ele reapareceu em janeiro com em um vídeo de 50 segundos. O homem mais rico da China, Zhong Shanshan, ocupou o topo pela primeira vez com uma fortuna de 550 bilhões de iuanes (US$ 85 bilhões), em grande parte graças ao desempenho das ações da Nongfu Spring e da fabricante de vacinas Beijing Wantai Biological Pharmacy Enterprise, que também controla.

Pony Ma, da Tencent, viu sua riqueza aumentar 70% ao longo do ano para 480 bilhões de iuanes (US$ 74 bilhões), enquanto a fortuna de Collin Huang, da Pinduoduo, cresceu 283%, para 450 bilhões de iuanes (US$ 69,4 bilhões), disse o ranking. Em comparação, a riqueza de Ma e sua família cresceu 22%, para 360 bilhões de iuanes (US$ 55,5 bilhões). Zhang Yiming, fundador da ByteDance, dona da TikTok, entrou pela primeira vez nas cinco primeiras posições entre os bilionários chineses na lista da Hurun, com uma fortuna pessoal estimada em US$ 54 bilhões.

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