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Jeff Bezos deixará posto de CEO da Amazon em agosto

Após 27 anos, o segundo homem mais rico do mundo deixará o comando das operações diárias da gigante

02/02/2021 | 18h19

  •      

 Por Bruno Romani, Guilherme Guerra, Giovanna Wolf e Bruna Arimathea - O Estado de S. Paulo

Jeff Bezos é fundador da Amazon

Joshua Roberts/Reuters

Jeff Bezos é fundador da Amazon

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Segundo homem mais rico do mundo, Jeff Bezos já tem data para se aposentar: a partir de agosto o fundador da Amazon deixará o posto de CEO, passando o cargo para Andy Jassy, funcionário da empresa desde 1997 e líder divisão de serviços em nuvem da gigante. A decisão da aposentadoria foi comunicada no mais recente balanço da companhia, publicado nesta terça, 2. 

"Estou empolgado em anunciar que no terceiro trimestre, farei a a transição para presidente do conselho da Amazon e Andy Jassy será o CEO", escreveu ele numa carta aos funcionários. "Eu vejo a Amazon em seu ano mais inventivo na história, tornando este o momento perfeito para essa transição", escreveu Bezos no documento. 

De fato, os números ajudam: em 2020, a Amazon registrou lucro líquido de US$ 21,3 bilhões em 2020, ante US$ 11,6 bilhões no ano anterior — alta de 84% na comparação. Já no último trimestre de 2020, o lucro ficou em US$ 7,2 bilhões, ante US$ 3,3 bilhões no mesmo período de 2019. As ações da empresa permanceram estáveis após o anúncio, com variação positiva de 0,34% no momento da publicação desta reportagem. 

Como é de se esperar, as festas de fim de ano e Black Friday foram positivas para a companhia no último trimestre. As vendas saltaram de US$ 87,4 bilhões, no último trimestre de 2019, para US$ 125,6 bilhões no mesmo período, alta de 42%, descontado o câmbio favorável de US$ 1,7 bilhão.

Charlie O’Shea, analista da Moody's, acredita que a transição na chefia será suave. "Uma das coisas que aprendemos com a Amazon é que há um grande banco de reservas lá. Eles já trocaram de executivos sem perder o ritmo", disse em nota. "Não é que o Bezos vai pegar um barquinho e desaparecer. Ele ainda estará envolvido na estratégia geral da empresa".   

Fundador

Bezos fundou a Amazon, então uma simples loja de livros online, em 1994 e a transformou em uma das companhias mais valiosas do mundo. Em janeiro do ano passado, a empresa ultrapassou a marca de US$ 1 trilhão em valor de mercado.

O patrimônio do executivo cresceu junto: atualmente, é avaliado em US$188 bilhões, segundo o Bloomberg Billionaires Index. O empresário permaneceu à frente da empresa, da qual se tornou rosto principal, por mais tempo do que executivos de status parecido. Bezos sai após 27 anos — Bill Gates permaneceu como CEO da Microsoft por 23 anos, mesmo período de tempo de Steve Jobs no comando da Apple.

O movimento, porém, é tendência. Em 2019, Larry Page e Sergey Brin, que fundaram o Google em 1998, deixaram seus cargos executivos na Alphabet, companhia dona do Google, passando o bastão para Sundar Pichai, que até então comandava apenas o buscador. De certa forma, a saída de Bezos da chefia da Amazon também aposenta a era dos grandes CEOs que ascenderam nos anos 1990.

Bezos afirmou que continuará engajado nas iniciativas importantes da gigante, mas passará a usar o tempo extra em outros negócios, entre eles os fundos Day 1 e o Bezos Earth Fund, a empresa de exploração espacial Blue Origin e o jornal americano The Washington Post. O foco nos outros projetos fazem sentido: os próximos anos devem ser agitados para a Blue Origin, com o aquecimento do setor privado de exploração espacial. Espera-se que a empresa espacial, pela primeira vez, comece a transportar humanos em seu foguete New Shepard.

Já o The Earth Fund foi criado em fevereiro de 2020 com uma missão ainda mais urgente: o combate às mudanças climáticas — a promessa é de destinar até US$ 10 bilhões para as causas ambientais do Planeta. A iniciativa, que prevê encaminhar os recursos para organizações, para ativistas e para a área da ciência, anunciou, em novembro do ano passado, que iria receber cerca de US$ 791 milhões em doação para investir em 16 instituições. Na ocasião, Bezos afirmou que a quantia doada era “apenas o começo” das ajudas planejadas pelo fundo.

Além disso, o empresário também já havia dedicado esforços ao The Day 1 Fund, juntamente com MacKenzie Scott, sua ex-esposa, para ajudar famílias carentes e crianças em idade pré-escolar. O fundo foi criado em 2018 e visava a doar, em seu início, até US$ 2 bilhões para a causa.

Substituto 

Para substituir Bezos, a empresa terá Andy Jassy, funcionário de longa data, agora na cadeira presidencial. Formado em Harvard, Jassy tem 52 anos e faz parte da Amazon desde 1997. Em 2003, o empresário ajudou a construir a Amazon Web Services, chefiando a divisão de serviços de nuvem da empresa. Em 2006, também se tornou o vice-presidente da AWS e, mais tarde, assumiu o posto mais alto da divisão. 

Ao lado de Jeff Wilke, Jessy se tornou o braço direito de Bezos na Amazon. A aposentadoria de Wilke, no início do ano, porém, o colocou como o principal nome para assumir a empresa, caso Bezos se aposentasse.

A escolha por Jassy também faz sentido: atualmente, a AWS é uma das principais divisões da companhia atualmente. No quarto trimestre de 2020, a receita da AWS creceu 28%, para US$ 12,74 bilhões. Já o lucro teve alta de 37%, totalizando US$ 3,6 bilhões — embora o resultado tenha apresentado desaceleração em comparação a 2019.  

A transição, porém, acontece em um momento importante para a Amazon. De um lado, a empresa tem batido recorde de lucros em meio à pandemia do novo coronavírus, com os usuários mais dependentes de serviços online. De outro, porém, a companhia, assim como outras gigantes de tecnologia, enfrenta um escrutínio regulatório, com legisladores preocupados com práticas anticompetitivas no setor. 

"Andy fez um trabalho incrível na AWS. Os números dizem isso. A AWS continuará sendo uma máquina de lucros para a companhia, dando suporte à divisão de varejo como um investimento contínuo", diz O' Shea, da Moody's.

Entre os cotados para substituição de Andy Jassy como CEO da AWS, estão Charlie Bell, Peter DeSantis e Matt Garman, membros do chamado "S-Team", grupo de liderança sênior da Amazon. / COLABOROU REBECA SOARES, ESPECIAL PARA O ESTADÃO

28 fatos sobre a história da Amazon

  •      
Fundação

Foto: Reuters

A Amazon foi fundada por Jeff Bezos, em 1994, com a ideia revolucionária de vender livros pela internet. Bezos, na época, era o jovem vice-presidente de um fundo de investimento em Wall Street, nos Estados Unidos.

Estudo

Foto: Reuters

Para decidir o que a Amazon ia vender, Bezos pesquisou o que as pessoas comprariam pela internet. O primeiro item era música. Só que Bezos não considerou a ideia por não querer competir com as gravadoras. Apostou nos livros, que eram a segunda opção.

Fundo de quintal

Foto: Reprodução

O primeiro escritório de Bezos foi a sua própria garagem. Naquela época, ele precisava apenas de um pequeno espaço para armazenar os livros do estoque da Amazon

Abracadabra

Foto: Reuters

A ideia de Bezos era usar o nome Cadabra no site, como uma abreviação da palavra "Abracadabra". Só que ele acabou desistindo da ideia quando um amigo confundiu a palavra com "cadáver".

Mais opções

Foto: Reuters

Depois de Amazon, Bezos considerou chamar o seu e-commerce de Relentless — implacável, em inglês. Hoje, se você acessar a página relentless.com, irá parar no site da Amazon.

Um rio de livros

Foto: Reuters

A escolha do nome Amazon acabou agradando Bezos por vários motivos. Primeiro por começar com a letra A e, em um segundo momento, por remeter ao Rio Amazonas. Ele queria dar a ideia de que o site possuía um volume de livros tão grande quanto o volume das águas do rio brasileiro.

Lançamento

Foto: Reprodução

Apesar de a ideia ter começado a florescer em 1994, a plataforma só foi lançada em 1995, quando Bezos levantou cerca de US$ 1 milhão com 20 amigos e alguns investidores.

Inauguração

Foto: AP

O primeiro livro vendido pela Amazon foi Fluid Concepts And Creative Analogies, escrito por Douglas Hofstadle.

Exportação

Foto: Reprodução

A primeira venda feita para fora dos Estados Unidos foi para Gênova, na Itália. O livro era Ranks of Bronze, de David Drake.

Barulho

Foto: AFP

No começo da sua operação, a empresa tinha um sino que era tocado sempre que uma venda era feita. Só que as vendas ficaram tão frequentes que Bezos decidiu acabar com a tradição.

Sucesso

Foto: EFE

Em seu primeiro mês de atividade, a Amazon enviou livros para 45 países e para todos os 50 estados americanos.

Que se mudem

Foto: Reuters

Incomodadas com o sucesso da Amazon, as livrarias começaram a reclamar. A rede Barnes & Nobles, por exemplo, processou a Amazon por usar o slogan "Maior Livraria da Terra", dizendo que era uma informação falsa.

Um clique

Foto: Reuters

Além de revolucionar o mercado de livros, a Amazon também mudou o comércio eletrônico. Foi o primeiro site de e-commerce a adicionar a compra de um clique – que permite cadastrar um cartão de crédito no site para não ter que digitar as informações a cada compra.

Nuvem

Foto: REUTERS/Chris Helgren

Em 2006, a Amazon lançou o Amazon Web Services (AWS), que é o serviço de computação em nuvem da empresa, em que dados são armazenados e processados em servidores remotos. O AWS se revelou um grande negócio e, no segundo trimestre de 2018, a unidade de nuvem gerou 55% do lucro e 20% da receita da Amazon.

Faturamento

Foto: Reuters

Em apenas três meses no ar, a Amazon já faturava US$ 20 mil por semana. No ano passado, o faturamento da empresa foi de US$ 107 bilhões.

Trabalho extra

Foto: Reuters

Para conseguir suprir a demanda de pedidos, os poucos funcionários iniciais da Amazon trabalhavam mais de 12 horas por dia. Hoje, são mais de 230,8 mil funcionários em todo o mundo.

Estoque

Foto: Reprodução

Para ajudar a organizar o imenso estoque da empresa, a Amazon usa robôs. Eles foram criados pela Kiva Systems, uma empresa de robótica comprada em pela Amazon, em 2014, por US$ 775 milhões.

Guia

Foto: Reuters

Durante os primeiros anos da Amazon, o livro mais vendido era um guia de como fazer seu próprio site.

Abertura

Foto: AFP

Em 1997, a Amazon decidiu abrir capital na Bolsa de Valores e acabou arrecandando surpreendentes US$ 54 milhões.

Expandindo

Foto: AFP

Em 1998, a Amazon começou a vender outros produtos além de livros, como CDs e fitas VHS. Hoje, vende de tudo: até produtos de beleza.

Kindle

Foto: Reuters

A empresa lançou, em 2007, seu próprio leitor de livros digitais, o Kindle. Hoje, o aparelho está em sua oitava geração.

Físico

Foto: Divulgação

No final de 2015, a empresa de Jeff Bezos inaugurou a sua primeira livraria física, em Seattle, nos Estados Unidos.

Fogo

Foto: Reuters

Em 2014, a Amazon lançou o seu próprio smartphone: o Fire Phone. Entretanto, o celular foi um fracasso de vendas e, apenas um ano depois, foi descontinuado.

Alexa

Foto: Divulgação

A Amazon, também em 2014, resolveu apostar no Echo, uma caixa de som equipada com a assistente pessoal da empresa, a Alexa.

Whole Foods

Foto: Brendan McDermid/Reuters

A Amazon comprou, em agosto de 2017, a rede de supermercados norte-americana Whole Foods por US$ 13,7 bilhões. A aquisição foi uma estratégia da empresa para aumentar sua posição no varejo e também para integrar o seu serviço digital a uma loja física.

Amazon Go

Foto: Lindsey Wasson/Reuters

A Amazon inaugurou a sua loja física, chamada de Amazon Go, em janeiro de 2018. Localizada em Seattle, com 167 metros quadrados, a Amazon Go parece com um mercado normal, mas com uma diferença crucial: não possui caixas. O estabelecimento usa sensores para detectar o que os clientes pegaram nas prateleiras e finalizada o pagamento da conta pelo aplicativo.

Surpresa

Foto: Divulgação

Hoje, a Amazon tem uma linha própria de produtos extremamente diversa. Até uma linha de fraldas e lencinhos para bebês foi lançada pela empresa.

Valor trilionário

Foto: Lindsey Wasson/Reuters

Em setembro de 2018, a Amazon atingiu US$ 1 trilhão em valor de mercado. Ela alcançou a marca semanas depois da Apple, e foi a segunda empresa de tecnologia a conquistar o feito. Nos últimos meses antes de atingir US$ 1 trilhão, as ações da Amazon tiveram um crescimento vertiginoso, chegando a dobrar seu preço em menos de um ano

    Tags:

  • Amazon
  • Jeff Bezos

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