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Leia a carta de despedida de Travis Kalanick aos funcionários do Uber

Co-fundador e presidente executivo da empresa pediu licença por tempo indeterminado para honrar luto à sua mãe, morta em maio

13/06/2017 | 14h44

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 Por Redação Link - O Estado de S. Paulo

O cofundador do Uber, Travis Kalanick

REUTERS/Danny Moloshok

O cofundador do Uber, Travis Kalanick

Leia mais

  • Em meio à crise, presidente do Uber tira licença por tempo indeterminado
  • Vice-presidente de negócios do Uber deixa empresa após investigação

Co-fundador do Uber, Travis Kalanick pediu "licença por tempo indeterminado" na manhã desta terça-feira, 13, do cargo de presidente executivo da companhia. Kalanick deixa a empresa Nos últimos meses, o Uber vive uma grave crise. Desde fevereiro, a empresa conduz uma investigações sobre sua cultura de trabalho, após ex-funcionários fazerem denúncias de assédio sexual e moral dentro da companhia.

Na semana passada, após o resultado parcial das investigações, mais de 20 funcionários foram demitidos. Na manhã desta terça-feira, 13, Kalanick enviou uma carta aos funcionários falando sobre seu pedido de licença. Leia a carta na íntegra, abaixo: 

"Time, 

pelos últimos oito anos a minha vida sempre foi sobre o Uber. Eventos recentes me fizeram voltar para casa e lembrar de pessoas que são mais importantes que o trabalho. Percebi que preciso de um tempo fora do cotidiano da empresa para honrar o luto a minha mãe, enterrada na última sexta-feira. Preciso refletir, trabalhar em mim mesmo e focar em como posso construir um time de lideranças de nível mundial. 

A responsabilidade do que fizemos desde que começamos, e como chegamos até aqui, pesa sobre os meus ombros. Há, claro, orgulho do que fizemos, mas também há muito melhorar. Para o Uber 2.0 ter sucesso, não há nada mais importante do que dedicar meu tempo para criar um time de lideranças. Mas se vamos trabalhar no Uber 2.0, eu também preciso trabalhar no Travis 2.0 para ser o líder que essa empresa precisa e que vocês, funcionários, merecem. 

Durante esse período, os líderes do Uber, meus subordinados diretos, vão comandar a empresa. Estarei disponível o quanto for necessário para as principais decisões estratégicas, mas darei poder a eles para serem corajosos e decisivos a fim de levar esta empresa para frente. 

É difícil colocar datas e prazos neste período. Ele pode ser mais curto ou mais longo do que nós esperamos. Perder um ente querido tem sido algo difícil para mim, e eu preciso me despedir de uma forma importante. A quantidade de notas e condolências que recebi de vocês todos me manteve forte. Quase todas as mensagens que recebi terminavam com "Como eu posso ajudar?". Minha resposta é simples. Faça o melhor trabalho de sua vida para continuarmos na nossa missão. Isso me dá tempo com minha família. Coloque as pessoas em primeiro lugar, esse é o legado da minha mãe. E façam o Uber 2.0 real, de forma que o mundo possa ver o trabalho inspirado que vocês todos fazem, e as pessoas inspiradoras que fazem o Uber ser incrível. 

Até logo, 

Travis". 

Relembre a guerra entre Uber e motoristas na Justiça do Trabalho

  •      
Fevereiro de 2017, Belo Horizonte

Foto: Patricia Cançado

Desde o início de 2017, motoristas e Uber têm travado batalha na Justiça do Trabalho no Brasil – até agora, as decisões têm divergido. No primeiro caso, em fevereiro de 2017, a 37ª Vara da Justiça do Trabalho de Belo Horizonte decidiu que um motorista, não identificado, não tinha direito a vínculo empregatício com a empresa – para o juiz, a existência de obrigações a serem seguidas pelo motorista não caracteriza a subordinação jurídica empregatícia. 

Fevereiro de 2017, Belo Horizonte

Foto: Washington Alves/ESTADAO

Poucos dias depois, também em Belo Horizonte, a 33ª Vara de Justiça do Trabalho de Belo Horizonte deu ganho de causa ao motorista Rodrigo Leonardo da Silva Ferreira, que trabalhou para a empresa entre fevereiro de 2015 e dezembro de 2015. Em entrevista ao Estado, Ferreira contou que não queria questionar o Uber por conta de benefícios como aviso prévio, férias e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), mas reclamar de sua exclusão do aplicativo. O Uber recorreu da decisão. Lembre o caso. 

Abril de 2017, São Paulo

Foto: Gabriela BIló/Estadão

Em abril de 2017, a 13ª Vara de Justiça do Trabalho de São Paulo reconheceu que o motorista Fernando dos Santos Teodoro deverá receber R$ 80 mil do Uber por vínculo empregatício com o aplicativo e danos morais. Segundo Teodoro, as exigências do Uber e as ameaças sofridas por taxistas no tempo que prestou serviço para a plataforma de transportes "geraram danos extrapatrimoniais à sua pessoa". O Uber recorreu da decisão. Lembre o caso. 

Abril de 2017, Distrito Federal

Foto: Emily Berl/NYT

Dias depois, ainda em abril deste ano, a Justiça do Distrito Federal venceu uma ação movida pelo motorista William Miranda da Costa. Na decisão, a juíza Tamara Gil Kemp afirma que a empresa e o motorista possuíam relação de parceria, e que não há ligação empregatícia entre o Uber e da Costa. Lembre o caso. 

Maio de 2017, Belo Horizonte

Foto: Washington Alves/Estadão

Após perder para o motorista Rodrigo Leonardo da Silva Ferreira na primeira instância, o Uber venceu o motorista em decisão do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG), na segunda instância. Segundo advogados do Uber presentes na audiência, os juízes citaram a possibilidade dos motoristas de se desconectarem do serviço quando preferirem, oferecer suas contas a outros motoristas e a tarifa dividida como evidências de que eles deveriam ser considerados parceiros da empresa e não funcionários. Procurado pelo Estado, Ferreira disse que vai levar o caso ao Tribunal Superior do Trabalho. Lembre o caso. 

Maio de 2017, Belo Horizonte

Foto: Kuni Takahashi/NYT

Na sequência, o Uber obteve duas vitórias: a primeira foi em maio, na 12ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, contra o motorista Charles Figueiredo. Além de negar o pedido de vínculo empregatício, o juiz condenou Figueiredo por litigância de má-fé – assim, o ex-motorista teve de pagar uma multa de R$ 1 mil, correspondente a cerca de 1% do valor total pedido. Lembre o caso.

Junho de 2017, São Paulo

Foto: Kuni Takahashi/NYT

Nesta semana, a 86ª Vara do Trabalho de São Paulo negou vínculo empregatício da empresa com o motorista James Cesar de Araujo – é a primeira vez que a empresa tem uma vitória no Estado de São Paulo. De acordo com a sentença do juiz do trabalho Giovane da Silva Gonçalves, “não havia, ao contrário do alegado na inicial, qualquer imposição, ainda que indireta, para que o reclamante trabalhasse em jornadas determinadas pela reclamada, muito menos em desrespeito às possibilidades humanas.” Lembre o caso.

    Tags:

  • Uber
  • Travis Kalanick

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