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Limite de 16 hóspedes por estadia foi arbitrário, diz diretor do Airbnb no Brasil

Plataforma de estadias de curta duração impôs medidas para conter a pandemia de covid-19, entre elas proibir festas e aglomerações

30/08/2021 | 05h00

  •      

 Por Guilherme Guerra - O Estado de S. Paulo

Airbnb é uma plataforma de locações de curta estadia, utilizada principalmente em viagens

Dado Ruvic/Reuters - 19/3/2020

Airbnb é uma plataforma de locações de curta estadia, utilizada principalmente em viagens

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Com o avanço da vacinação contra a covid no Brasil, o Airbnb já vê a luz no fim do túnel. A plataforma de aluguel de casas e apartamentos de curta temporada, utilizada principalmente para viagens, viu uma retomada de estadias no País no segundo trimestre deste ano, superando o nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020. Apesar da recuperação, medidas estabelecidas contra o vírus seguem em vigor.

Durante o pior momento da pandemia, de forma a conter a disseminação do vírus da covid, a plataforma permitiu cancelamentos gratuitos de viagens, lançou protocolos de limpeza para as estadias, proibiu aglomerações e lançou um canal para que vizinhos denunciassem festas. Inclusive, foi lançada somente nos Estados Unidos uma ferramenta contra “festeiros”. Mundialmente, o Airbnb impôs um limite para o número de hóspedes: até 16 pessoas em uma única casa.

“Foi um número arbitrário que definimos globalmente porque sabemos que há casas gigantescas, que são aquelas que comportam festas. O número de 16 pareceu mais apropriado”, explica ao Estadão o diretor-geral do Airbnb para América Latina, Leonardo Tristão. “Todo anfitrião está livre para definir a regra de limpeza do imóvel, mas, no momento da pandemia, nós, como plataforma, dissemos o que eles precisam seguir.”

Ex-Google e ex-Facebook, o executivo destaca que essas limitações provaram o sucesso do Airbnb, que abriu capital na Bolsa americana em dezembro do ano passado. “Ficou clara a flexibilidade do nosso modelo de negócio em dar opções às pessoas para procurarem destinos remotos, com menos densidade urbana”, explica.

Ao contrário dos outros países, que lidaram com a pandemia de outras formas, Airbnb viu no Brasil o renascimento do turismo nacional, com o fechamento das fronteiras para brasileiros. “O brasileiro foi forçado a redescobrir o País”, conta Tristão. “Os destinos com maior crescimento de demanda são aqueles com menos de 50 mil habitantes e que não faziam parte da rota turística habitual.”

Abaixo, leia a entrevista.

Como está a retomada do Airbnb no Brasil?

Voltamos ao nível pré-pandemia no segundo trimestre deste ano. Depois de quase 15 meses com as pessoas vivendo uma vida impactada pela covid, as pessoas sentem que é hora de fazer viagens com o progresso da vacinação. Elas querem fazer uma reconexão com lugares, amigos, com uma rotina um pouco mais livre, menos restritiva. Vimos nesse período que o Airbnb foi parte da solução, fazendo com que as pessoas pudessem manter essa vida impactada pela pandemia, mas de uma forma que fosse mais cômoda para manter o isolamento social por meio da conexão com a natureza e com espaços que pudessem mesclar a nova rotina de trabalho e estudo remotos. Quando juntamos tudo isso, mais a vacinação, vemos a explosão de demanda. Já observamos isso nas férias de julho passado, nos feriados do segundo semestre e, veremos agora, a partir dos anúncios de que haverá festas de Ano Novo e Carnaval. 

Leonardo Tristão comanda o Airbnb no Brasil há cinco anos

JF Diorio/Estadão

Leonardo Tristão comanda o Airbnb no Brasil há cinco anos

No final de 2020, a segunda onda era uma possibilidade que, neste ano, aconteceu. Houve algum impacto antes dessa retomada no segundo trimestre?

Não vou negar o impacto, mas ficou clara a flexibilidade do nosso modelo de negócio em dar opções às pessoas para procurarem destinos remotos, com menos densidade urbana. A demanda foi interessante mesmo em meio à segunda onda. Quando estávamos em 2020, prevíamos que algumas das tendências daquela época continuariam. Entre elas, as pessoas continuam viajando de carro e em curtas distâncias, hospedando-se em uma casa com comodidades que viraram exigência, como Wi-Fi, estacionamento e permissão de animais. O segundo dado interessante é que, durante a segunda onda, que foi justamente no primeiro trimestre do ano, 20% das reservas foram para estadias mais longas, acima de 28 dias, algo associado ao trabalho remoto ou híbrido. Existe essa mudança de comportamento profissional e pessoal.

O que o Brasil tem de similaridades e diferenças em relação a outros países, já que fomos um dos mais afetados pela pandemia?

Essas grandes tendências foram globais. Já no Brasil, devido a praticamente todas as fronteiras estarem fechadas para nós, o brasileiro foi forçado a redescobrir o País. Os destinos com maior crescimento de demanda são aqueles com menos de 50 mil habitantes e que não faziam parte da rota turística habitual. Esse foi um legado interessante da pandemia. Por exemplo, nos Estados Unidos, houve viagens domésticas, mas vimos o corredor EUA-México como algo muito forte, porque o governo mexicano tinha a abertura para os americanos. 

Nos EUA, o Airbnb lançou uma ferramenta “contra festeiros” para impedir que pessoas usassem as estadias para festas, promovendo aglomerações. Por que essa solução nunca veio para o Brasil?

Durante a pandemia, sempre olhamos com bastante atenção toda essa questão de isolamento social. Em 2020, a primeira decisão do Airbnb  foi facilitar o cancelamento de viagens pelos hóspedes. Em alguns mercados, como nos EUA, houve questões específicas com relação a festas. No mundo e aqui no Brasil, limitamos para 16 o número de hóspedes em uma única estadia. Desenvolvemos o protocolo de limpeza com os anfitriões, que continua até hoje. Isso ajudou a conter o espalhamento do vírus durante a pandemia.

Mas 16 pessoas não é um número alto em termos de aglomeração? Por que esse número?

Foi um número arbitrário que definimos globalmente porque sabemos que há casas gigantescas, que são aquelas que comportam festas. O número de 16 pareceu mais apropriado. Simples assim.

O que o Airbnb fez para que anfitriões evitem superlotações que não estavam no acordo de estadia?

Independente da pandemia ou não, o anfitrião define as regras da casa, que são a base do relacionamento do aluguel por temporada, pela qual qualquer divergência entre hóspede e anfitrião é resolvida pelo Airbnb. Durante a pandemia, arbitramos o número de 16, mesmo que o anfitrião definisse que o número de hóspedes fosse acima disso. Mas muitos deles limitaram a hospedagem ainda mais.

O que o Airbnb fez no escopo da educação e esclarecimento das regras de distanciamento e higiene entre anfitriões e hóspedes?

Trabalhamos nossos protocolos com a nossa comunidade. Toda reserva que o hóspede faz tem aviso sobre protocolo, máscaras e proibição de festas. Todo anfitrião está livre para definir a regra de limpeza do imóvel, mas, no momento da pandemia, nós, como plataforma, dissemos o que eles precisam seguir. Isso é feito pelo aplicativo e por e-mail. É um trabalho de educação e treinamento. Esse é o papel que fazemos como plataforma, porque não conseguimos controlar o indivíduo, mas é o que fazemos porque a pandemia não acabou. 

O Airbnb sentiu algum impacto após decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) que permite a proibição de locações de curto prazo em condomínios, uma resposta ao Airbnb e a plataformas do tipo?

É importante salientar que o STJ não proibiu a atividade do Airbnb. O tribunal deu ganho de causa a um caso específico do Rio Grande do Sul, onde uma anfitriã transformou o apartamento dela em um hostel, descaracterizando o modelo do Airbnb. Nesse caso, o STJ deu ganho de causa ao condomínio. E nós, na época do julgamento, falamos que realmente aquilo é uma descaracterização do modelo de negócio e propósito do Airbnb. Foi um caso específico.

Qual é a perspectiva para 2022, supondo que a pandemia acabe e a vacinação seja um sucesso?

O ano de 2022 ainda é um cenário que observamos a partir da vacinação. Durante a pandemia, o modelo de negócio do Airbnb se sobressaiu. As pessoas utilizaram bastante nosso serviço para fazer o isolamento social. É uma mudança positiva porque tivemos muitos usuários novos experimentando a plataforma. E houve um crescimento orgânico dos dois lados, tanto de hóspedes quanto de anfitriões. O Brasil é um cenário bastante interessante, porque a gente vê cada vez mais o Airbnb saindo daquela denominação de acomodação alternativa para ser apenas acomodação. A perspectiva para 2022 é bem positiva.

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  • Leonardo Tristão
  • Airbnb
  • turismo

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