Lojas do Facebook: saiba como funciona a nova função da rede e do Instagram

Disponível a partir desta terça-feira, 19, no Brasil, ferramenta vai permitir que comerciantes criem suas próprias vitrines nas redes sociais; pagamento pelos apps do Facebook e dúvidas pelo WhatsApp são funções que chegarão em breve

PUBLICIDADE

Por Bruno Capelas
Atualização:
Nas lojas, comerciantes poderão mostrar coleções; compras, porém, ainda terão de ser finalizadas fora dos apps do Facebook Foto: Bruno Capelas/Estadão

Em tempos de isolamento social, muita gente pode sentir saudade de passear no shopping por uma tarde e ver as vitrines. O Facebook tem uma nova solução para isso: a partir desta terça-feira, 19, a empresa de Mark Zuckerberg lança mais uma ferramenta que permitirá a pequenas e médias empresas criarem suas próprias lojas nos diversos aplicativos da companhia. Chamada de Lojas do Facebook (ou Facebook Shops, em inglês), a funcionalidade permitirá que marcas criem uma página especial com os itens que têm à venda, divididos em coleções, com uma identidade visual própria. 

PUBLICIDADE

“Queremos ajudar empresas de qualquer tamanho a terem uma presença online. É algo que já era importante antes do coronavírus e se tornou ainda mais agora”, explica Sheryl Sandberg, diretora de operações do Facebook, em entrevista exclusiva ao Estadão. Segundo ela, a ferramenta de criação de lojas será totalmente gratuita para os estabelecimentos. “O Facebook segue sendo uma empresa que fatura com anúncios. As lojas também poderão ser promovidas pelas empresas”, afirmou. 

Por enquanto, a novidade chegará apenas a alguns países – Brasil incluso – e empresas. Segundo o Facebook, as companhias que receberem um e-mail dizendo que estão aptas a participar do teste poderão criar suas lojas, tanto no Facebook como no Instagram. Será possível ainda customizar as “vitrines” da forma que acharem melhor e receberem informações sobre a audiência das páginas especiais. Ao todo, 1 milhão de empresas participarão dos testes a partir desta quarta-feira – a empresa prevê um lançamento em geral “ao longo das próximas semanas”. 

Para o usuário, as lojas aparecerão como uma aba dentro dos perfis oficiais das empresas nas duas redes. “Agora, será possível conhecer o catálogo todo de uma loja sem sair do app”, explica Layla Amjadi, líder de produto do Instagram. Além disso, as lojas também poderão ser “descobertas” por meio de publicações efêmeras (os Stories ou Status, dependendo da rede) e anúncios feitos pelas marcas. 

Próximos passos incluem compra em 'lives'

Outra funcionalidade que o Facebook já testa é a possibilidade da compra inteira ser feita por meio de seu aplicativo principal, incluindo a parte do pagamento – por enquanto, apenas com algumas lojas nos Estados Unidos. Hoje, o cliente que quiser comprar um produto terá de ser redirecionado ao site oficial da empresa. “Ainda não sabemos como funcionará essa parte pois os pagamentos são algo muito específico de cada país, mas queremos que eles sejam menos descomplicados o possível”, disse Sheryl. 

Sheryl Sandberg, diretora de operações do Facebook Foto: Reuters

No futuro, será possível ainda usar os aplicativos de mensagem da empresa – como o WhatsApp, o Facebook Messenger e o Direct, do Instagram – para tirar dúvidas com os clientes e até mesmo finalizar a compra, algo que hoje já acontece de forma informal no Brasil. “Sabemos que isso é bem forte por aí. Seguimos as tendências para saber como melhorar o uso dos nossos serviços”, diz a diretora de operações do Facebook, nº 2 da rede social. 

Publicidade

Na visão dela, as Lojas poderão servir como uma forma de deixar os anúncios ainda mais personalizados para os usuários – o que considera que dados específicos do comportamento e consumo das pessoas serão coletados pela rede. “Nós nos preocupamos muito com a privacidade dos usuários. Acredito que, enquanto minha privacidade é respeitada, prefiro ver anúncios que tenham mais a ver comigo”, disse a executiva, que crê que isso é bom para todos os lados. “Em um momento de crise econômica, isso é ainda mais importante, porque as lojas têm menos recursos e os anúncios precisam dar retorno para quem investiu neles.” 

Segundo Layla, a empresa ainda trabalha com outras funcionalidades para os próximos meses – como a possibilidade de adquirir, em tempo real, um produto que for exibido em uma transmissão ao vivo (live), algo que se tornou coqueluche em meio ao período de isolamento social. Segundo a executiva, as Lojas são idealizadas para um modelo de e-commerce tradicional, não servindo, por exemplo, para restaurantes e outros serviços de entrega imediata. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.