Mais anunciantes deixam YouTube após comentários pedófilos na plataforma

Disney, Nestlé, Hasbro e AT&T suspenderam propagandas e pediram esclarecimentos ao Google; gigante diz apagou canais e comentários envolvidos no caso

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Por Redação Link
Atualização:
Comentários pedófilos afastam anunciantes do YouTube Foto: Dado Ruvic/Reuters

Após a Epic Games, criadora do jogo Fortnite, anunciar a retirada de anúncios comerciais do YouTube, outros anunciantes seguiram o mesmo caminho. Entre eles estão a operadora americana AT&T e a fabricante de brinquedos Hasbro, além de Disney e Nestlé. A perda de anunciantes está relacionada à reportagem da revista Wired, que mostrou que vídeo aparentemente inocentes de crianças estavam movimentando uma rede de pedófilos na plataforma.    

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Os vídeos em questão não contém pornografia - trata-se de material que pode ter sido postado pelas próprias crianças, ou por seus pais, em atividades normais, mas que podem mostrar acidentalmente alguma parte de seus corpos. Por exemplo, uma criança dançando cuja camiseta se movimenta demais, expondo os mamilos. Segundo a reportagem, porém, esse conteúdo está atraindo centenas de milhares de comentários sexuais. Ainda assim, esse material estava atraindo comentários sexuais em relação às crianças. 

“Até que o Google possa proteger nossa marca de conteúdo ofensivo de qualquer tipo, vamos remover toda a publicidade do YouTube”, afirmou um porta-voz da operadora norte-americana de telecomunicações.

A decisão foi tomada um mês depois de a AT&T anunciar que iria retomar a compra de espaço publicitário no YouTube, depois de um boicote de quase dois anos à plataforma promovido por causa de preocupações de que os anúncios da empresa estavam sendo veiculados com vídeos que mostravam discurso de ódio.

"A Hasbro está pausando todos os anúncios no YouTube, e contatou o Google/YouTube para entender quais ações eles estão tomando em relação a esse assunto, e como garantirão que tais conteúdos não apareçam mais na plataforma no futuro", disse a Hasbro em comunicado. 

 Ao Estado, um porta-voz do YouTube disse que a empresa desabilitou dezenas de milhões de comentários pedófilios da plataforma e cancelou cerca de 400 canais que faziam esse tipo de comentário.

Além disso, o YouTube disse que removeu vídeos, inicialmente inocentes, que pudessem colocar em risco menores de idade e revisou comentários em diversos vídeos de crianças. A empresa afirma que tem políticas que proíbem contéudos que ponham em risco menores de idade. "Ainda há mais a ser feito e continuamos a trabalhar para melhorar e identificar abusos mais rapidamente”, disse. 

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A revista AdWeek obteve um comunicado enviado pelo Google aos anunciantes, que repete as ações já informadas ao Estado. Além disso, o YouTube disse que está comunicando autoridades quando necessário. /COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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