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Microsoft encerra produção do sensor de gestos Kinect

Inovador acessório do videogame Xbox, Kinect não decolou nos jogos, mas teve inúmeras utilizações na indústria; dispositivo foi criado por brasileiro

Por Redação Link
Atualização:
A primeira versão comercial do Kinect, vendida para ser usada junto ao Xbox 360 Foto: Microsoft

A Microsoft encerrou a produção do Kinect, inovador sensor de gestos e voz lançado junto com o videogame Xbox 360 em 2010. Criado pelo brasileiro Alex Kipman, o Kinect vendeu aproximadamente 35 milhões de unidades desde seu lançamento, mas, apesar de seu impacto inovador, foi incapaz de decolar como produto comercial. 

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A novidade foi publicada pela revista Fast Company nesta quarta-feira, 25, a partir de entrevistas exclusivas com Kipman e Matthew Lapsen, gerente geral de marketing de dispositivos de Xbox. 

Bastante popular com jogos de dança (como Just Dance, da Ubisoft) e entre hackers que exploravam a tecnologia inovadora de rastreio de movimento, o Kinect deixará de ser estar no mercado como um produto vendido separadamente, explicou a Microsoft. 

No entanto, sua tecnologia permanecerá sendo utilizada em produtos da empresa, como os óculos de realidade aumentada Hololens. De acordo com Kipman, a tecnologia de rastreio de movimento do Kinect será aproveitada pelo dispositivo, bem como as inovações de reconhecimento de voz do acessório do Xbox ajudaram o time da assistente de voz Cortana. 

Enquanto acessório para games, o Kinect parecia promissor ao tirar os jogadores do sofá e colocá-los para se movimentar, como um competente rival do Wii, da Nintendo, que prometia algo semelhante. Na época de seu lançamento, o aparelho foi motivo de uma campanha de marketing de US$ 500 milhões. 

No entanto, o desinteresse das empresas de games (e a dificuldade de adaptar alguns gêneros de jogos, como luta ou esportes) fizeram o aparelho minguar em novos títulos – mesmo sendo parte do Xbox One, o Kinect não teve títulos apresentados pela Microsoft em grandes conferências nos últimos três anos. 

Além disso, o aparelho pode ser considerado culpado pela "derrota" do Xbox One no mercado – quando foi lançado, em 2013, o videogame da Microsoft custava US$ 100 a mais que o rival PlayStation 4, justamente por conta do sensor de gestos, que foi remodelado. No ano seguinte, ao tentar melhorar a posição do Xbox One no mercado, a Microsoft relançou o console, sem o Kinect. Hoje, números estimam que, para cada Xbox One vendido, existam dois PlayStation 4 nas casas do mundo todo. 

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A maior ironia é que o Kinect está sendo descontinuado no mesmo momento em que uma das maiores rivais da Microsoft traz a tecnologia de reconhecimento de gestos e expressões ao mercado – a Apple, que aposta em um sensor parecido, o Face ID, como uma das principais novidades do iPhone X, seu novo smartphone, que chega às lojas dos EUA no próximo dia 3 de novembro. 

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