Ministério da Justiça notifica Zoom por falhas de privacidade

Processo quer saber se empresa compartilhou dados de usuários indevidamente com Facebook; lá fora, companhia reforça time com ex-chefe de segurança da rede social

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Por Redação Link
Atualização:
Mais de 90 mil escolas, em 20 países diferentes, estão usando o Zoom para suas aulas Foto: Reuters/Albert Gea

O Ministério da Justiça e da Segurança Pública do Brasil notificou nesta semana o aplicativo de videochamadas Zoom. Segundo comunicado publicado pelo ministério, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) procurou a empresa na última segunda-feira, 6, para esclarecer dúvidas sobre o compartilhamento de dados de usuários do aplicativo com o Facebook, especialmente no que se refere à versão para o sistema iOS.

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A investigação busca entender se o Zoom divide dados com a rede social sem o consentimento dos usuários, bem como questionar se há violações aos direitos das pessoas com base na legislação brasileira. Segundo comunicado, a empresa tem até 10 dias para responder; caso isso não aconteça, o MJ pode instaurar processo que pode levar a uma multa. Em resposta ao Estado nesta segunda-feira, 13, a assessoria do Zoom informou que a empresa está "trabalhando para prestar todos os esclarecimentos à Justiça."

Enquanto isso, no exterior, a empresa segue sob escrutínio e vigilância por suas diversas falhas de privacidade e segurança. Nesta quarta-feira, 8, a Zoom se deparou com uma ação coletiva por um de seus acionistas, que acusa o aplicativo de videoconferência de exagerar seus padrões de privacidade e de não divulgar que seu serviço não era criptografado de ponta a ponta.

O acionista Michael Drieu alegou em um processo judicial que uma série de reportagens recentes da mídia destacando as falhas de privacidade no aplicativo de Zoom fizeram as ações da empresa, que haviam se recuperado por vários dias no início do ano, despencar.

O presidente executivo da Zoom, Eric Yuan, pediu desculpas aos usuários na semana passada, dizendo que a empresa havia ficado aquém das expectativas quanto a privacidade e segurança da comunidade e estava tomando medidas para corrigir os problemas.

A Zoom está tentando solucionar problemas de segurança, pois registra milhões de novos usuários em todo o mundo, uma vez que as pessoas são forçadas a trabalhar em casa depois que bloqueios foram impostos para retardar a propagação do coronavírus. Uma série de empresas e órgãos públicos tem proibido o uso do app por seus funcionários, até que as questões de segurança sejam resolvidas – caso da Space X de Elon Musk e da Anvisa, aqui no Brasil. Nesta quarta-feira, 8, quem se somou ao grupo foi o Google, que disse que os funcionários não podem mais usar o sistema em seus dispositivos. 

Uma das medidas anunciadas pela empresa para resolver seus problemas de segurança foi a contratação do ex-chefe de segurança do Facebook, Alex Stamos, como consultor. Também houve a criação de um conselho consultivo para melhorar a privacidade e a segurança de seu aplicativo de videoconferência que cresce rapidamente em meio a uma reação global.

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