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Moovit quer vender análise de dados sobre transporte público

Startup israelense tenta começar a ganhar dinheiro após criar aplicativo que reúne 55 milhões de usuários

Por Bruno Capelas
Atualização:
Auxílio. Para Meydad, daMoovit, sistema ajudará governantes a pensar em infraestrutura Foto: Hélvio Romero/Estadão

A Moovit, empresa por trás do aplicativo de mesmo nome que traça rotas de transporte público, descobriu um novo jeito para gerar receita: vender dados sobre a movimentação das pessoas em ônibus, trens e metrô para governos e empresas. Essa é a principal forma encontrada pela startup israelense para começar a ganhar dinheiro com o aplicativo, que tem mais de 55 milhões de usuários no mundo.

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Fundada em 2012, a startup israelense já captou US$ 81,5 milhões em quatro rodadas de financiamento, mas ainda não faturou um único centavo. A expectativa é que a plataforma seja sua principal fonte de receita nos próximos anos e faça a empresa se tornar sustentável.

“Podemos mostrar, a partir dos dados de movimentação dos nossos usuários, como as pessoas andam pela cidade. E isso pode servir de base para os governantes montarem novas linhas de ônibus ou aumentar a capacidade de uma parada ou estação”, explica Yovav Meydad, vice-presidente de produto e marketing da Moovit, em entrevista exclusiva ao Estado. 

O executivo veio ao Brasil nesta semana para apresentar o novo serviço da startup israelense em um congresso internacional de transporte público. Segundo ele, o novo sistema da Moovit cria uma base para uma revolução que está prestes a acontecer nas ruas das cidades: uma frota de carros autônomos circulará pelos bairros, orientada por sistemas que analisam, em tempo real, informações sobre a situação do trânsito e do transporte público.

“Quem vem do subúrbio vai pegar um trem ou metrô para cobrir distâncias. O carro autônomo vai cuidar da ‘última milha’, de levar as pessoas das estações aos locais que precisam.”

Do total de 55 milhões de usuários da Moovit, mais de 10 milhões são brasileiros. O serviço já mapeou as redes de transporte público de mais de 1,2 mil cidades. “Temos uma rede muito boa de editores voluntários, que conseguem dados de linhas de ônibus com o governo e mapeiam os pontos de ônibus”, diz Meydad. No mundo todo, são 150 mil editores – no País, eles são cerca de 1,2 mil.

Caronas. Além da plataforma para governos e empresas, a Moovit também vem testando outra fonte de receita a partir de sua base de 55 milhões de usuários: a conexão entre motoristas e passageiros interessados em dar e receber carona.

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Ao contrário de empresas como Uber e Cabify, a startup israelense permitirá apenas que os usuários dividam gastos com gasolina em um trajeto comum entre ambos – a ideia é aproveitar recursos, e não criar uma profissão para os motoristas. À empresa, caberá ficar com uma comissão a cada viagem.

Por enquanto, a carona já funciona em Tel-Aviv, cidade-sede da Moovit, e em Roma, na Itália. O serviço chegará ao Brasil, mas a data de lançamento ainda não foi definida.

Entre as duas fontes de receita, porém, a que capta recursos a partir de empresas e governantes tem potencial para ganhar tração mais rápido – especialmente por conta do relacionamento próximo entre o aplicativo e governantes. “Essa foi uma receita que nos deu sucesso até aqui no Brasil”, diz Meydad. 

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