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Na China, Alibaba e Tencent travam batalha de US$ 10 bilhões pelo varejo

Empresas têm forçado comerciantes a escolher um dos dois lados para fazer parcerias em setores como pagamentos móveis e redes sociais

Por Agências
Atualização:
Hoje, lojas físicas representam 85% do mercado de varejo da China. Foto: Reuters

Uma nova guerra pelo varejo está acontecendo na China. Com avaliação de mercado conjunta que ultrapassa a marca de US$ 1 trilhão, as gigantes de tecnologia Alibaba e Tencent estão investindo compulsivamente no varejo, forçando os comerciantes locais a escolherem um dos lados de uma longa batalha pelos bolsos dos consumidores.

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Desde o início de 2017, as duas empresas, juntas, já investiram mais de US$ 10 bilhões em negócios focados no varejo, aumentando seu alcance online e também em lojas físicas. A movimentação agressiva, apoiada por um grande volume de recursos em caixa e por um aumento dos preços das ações, faz parte de uma batalha para conquistar consumidores e comerciantes para seus sistemas de pagamento, logística, serviços de dados e mídias sociais.

O resultado é que há cada vez menos varejistas sem possuir um acordo de fidelidade seja com a Tencent ou com a Alibaba. "Todos os varejistas no mundo físico estão muito preocupados. Eles estão sendo forçados a assumir um lado", disse Jason Yu, diretor-geral da empresa de pesquisa de mercado Kava Worldpanel, com sede em Xangai. "Caso contrário, temem que sejam comidos vivos no futuro."

"Acredito que incentivar o varejo para o crescimento dos pagamentos digitais é algo crítico", disse Yu, da Kava Worldpanel. Hoje, lojas físicas representam 85% das vendas do varejo chinês. "Esse é o pote de ouro que as gigantes de tecnologia buscam para crescer." Em troca das parcerias, as lojas físicas podem ter acesso a sistemas informatizados de logística e pagamento – isso sem mencionar o acesso a dados de consumidores que as empresas de tecnologia possuem. 

Rivalidade. O Alibaba é líder no comércio eletrônico na China e sua subsidiária Ant Financial lidera o setor de pagamentos móveis. Já os pontos fortes de Tencent estão nas redes sociais, nos pagamentos digitais e no setor jogos –a empresa é dona, entre outros, das produtoras responsáveis por League of Legends e Clash Royale. A empresa também tem uma participação importante no segundo maior varejista online do País, o JD.Com.

Hoje, a Tencent e o JD.com têm uma gama crescente de aliados, incluindo o varejista francês Carrefour, que anunciou um investimento potencial da Tencent, e o gigante de varejo norte-americano Walmart, que tem participação na JD.com. A Tencent também comprou uma participação na Yonghui Superstores, lojas de vestuário Vipshop Holdings, na Heilan Home, no operador de shopping Wanda Commercial, e este mês fechou uma aliança com a rede de mercados Bubugao.

No outro lado está o Alibaba, que investiu ainda mais na Suning.com, Intime Retail, Sanjiang Shopping Club, Lianhua Supermarket, Wanda Film e na loja de produtos para bricolagem Easyhome. 

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A chave para a disputa é o mercado de pagamentos móveis de quase US$ 13 trilhões da China, onde Alibaba e Tencent estão lado a lado. Recentemente, o Alibaba assumiu uma participação de 33% em sua subsidiária de pagamentos, a Ant Financial, este mês antes da esperada mega oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da empresa.

A Ant opera a principal plataforma de pagamento móvel da China, a Alipay, enquanto o sistema de pagamento da Tencent no seu popular aplicativo de bate-papo Weixin está se recuperando rapidamente. Ambas as empresas também estão dando um grande impulso em serviços de computação em nuvem e dados. 

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