No futuro, Facebook terá óculos e pulseira que transformam ambientes em 'smartphone'

A empresa apresentou seus planos de desenvolvimento de realidade virtual e aumentada, e quer trazer dispositivos para interagir diretamente com sinais neurais

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Por Bruna Arimathea
Atualização:
O Intelligent Click simula o comando com um movimento de contato entre os dedos Foto: Facebook

Ainda é coisa do futuro, mas os primeiros protótipos do Facebook para ‘entrar’ na sua mente já estão ficando prontos nos Estados Unidos. A empresa anuncia nesta quinta-feira, 18, seus planos em relação a gadgets de realidade aumentada e virtual. Segundo a companhia, para os próximos 10 anos, o objetivo é desenvolver óculos e pulseiras capazes integrar elementos digitais com objetos e cenários reais - seriam gadgets que colocariam a realidade aumentada em patamar diferenciado ao dos dias atuais. 

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O evento Facebook Inside the Lab, que ocorreu de forma online, revelou que a empresa tem como principal objetivo no segmento acabar com a divisão entre mundo real e mundo virtual. “Estamos construindo plataformas que colocam pessoas no centro da tecnologia e que são construídas para elas”, afirmou Mike Schroepfer, diretor de Tecnologia do Facebook.

Para permitir que as pessoas tenham a integração entre a sala de estar e uma agenda eletrônica no mesmo espaço — como uma tela flutuante — o Facebook está apostando em dois gadgets: um óculos de realidade aumentada e uma espécie de pulseira, que consegue ler os impulsos elétricos motores enviado para as mãos. 

Imagine que você está cozinhando um macarrão utilizando os óculos e a pulseira. Diante da panela, os óculos poderão reconhecer o alimento e mostrar opções como timer com tempo de cozimento ou mesmo alguma receita. Tudo isso será exibido diante do fogão, pelo dispositivo e, com a ajuda da pulseira, basta um clique com os dedos para acionar um desses comandos. 

O conjunto desses dos dispositivos, que quer permitir que a cena acima seja possível, é o que a empresa chama de Intelligent Click, desenvolvido com recursos que unem sensores de movimentos, câmeras, leitores de impulsos elétricos e inteligência artificial. 

Cada um desses dispositivos poderá, ainda, ter uma capacidade de aprendizado de máquina individualizado. Ou seja, quanto mais for usado, mais “expert” os aparelhos ficam sobre o seu usuário. A intenção é que essas experiências sejam capazes de sugerir e até prever comportamentos, sem que eles precisem ser verbalizados.

Uma das questões que ainda precisa ser resolvida é a manipulação de dados tão sensíveis como a interação neural humana. Ser capaz de detectar a intenção do impulso elétrico é quase como ler a mente de uma pessoa, no sentido de prever ações antes que a informação de fato chegue aos músculos, por exemplo. 

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Segundo o Facebook, um dos objetivos ao colocar a pesquisa às claras é levantar o debate sobre o assunto. “Nós queremos construir essas tecnologias de forma responsável, por isso estamos compartilhando a pesquisa. Queremos ser transparentes ao construir essa tecnologia para que as pessoas saibam o que estamos fazendo e que tenham questões sobre essas tecnologias”, explicou Sean Keller, diretor da divisão de realidade aumentada e virtual da empresa. 

Mas para ver o que parece ser um filme de ficção da vida real ainda vai ser preciso esperar.O Facebook indicou a pretensão de que tanto os óculos quanto a pulseira sejam produtos dos próximos 10 anos, mas informou que os estudos estão apenas no começo.

*É estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani 

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